quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Agilidade


Novas tecnologias facilitam trabalho de agentes de saúde

Publicada em
O Território-Escola Manguinhos inova mais uma vez na qualificação e agilidade da geração de informação em saúde. A partir de agora, os agentes comunitários da estratégia de saúde da família (ESF) desse território estão utilizando dispositivos móveis, ou tablets, como são chamados. Essa tecnologia otimiza os processos de trabalho e, assim, auxilia a reorganização da atenção, com um melhor planejamento das ações de saúde à população-alvo. O aplicativo desses dispositivos foi construído com base na ficha A preconizada pelo Ministério da Saúde. Criado de forma coletiva pelos gestores do Território-Escola Manguinhos e pelos próprios profissionais de saúde, o aplicativo pode ser adaptado e alterado conforme mudanças e necessidades percebidas. 
 
A gestora do Território-Escola, Elyne Engstron, ressaltou que, além de agilizar os processos de geração de informação, o mais importante na inserção dessa tecnologia ao cotidiano dos agentes foi o seu processo de construção, que ocorreu de maneira coletiva, compartilhada, desde o projeto até a implementação. 
 
Todos os agentes das 13 equipes de saúde da família do Território-Escola, da equipe de consultório na rua e ainda pelos agentes de vigilância em saúde, que perfazem quase cem profissionais, estão utilizando os dispositivos móveis. 
 
O uso dos tablets, disse Elyne, é fruto de uma estratégia iniciada, no fim de 2010, com a implementação do Registro Eletrônico das Informações em Saúde nas 13 equipes de saúde da família, no consultório na rua e no Núcleo de Atenção a Saúde da Família – Manguinhos (Nasf). Agora, as várias etapas do atendimento realizado por essas equipes estão informatizadas. Segundo ela, desde o início do projeto tem ocorrido um grande investimento para incentivar e qualificar as informações coletadas. A implantação da informatização ocorreu basicamente em dois módulos: clínico e não clínico. 
 
O módulo clínico já está completamente implantado e funcionando de maneira organizada. Ele se refere a consultas médicas e de enfermagem, procedimentos, medicações, entre outros. O modo não clínico incorpora o cadastro que as equipes fazem dos moradores, os atendimentos coletivos e também as visitas domiciliares. “O uso dos tablets qualifica o recolhimento de informações, em especial, nessas visitas domiciliares. No entanto, esperamos que, futuramente, também seja utilizado para georreferenciamento”, descreveu ela. 
 
Elyne detalhou que, com o dispositivo móvel, o agente comunitário pode fazer a entrada direta da informação no ato da visita domiciliar. Ela ressaltou que a inserção das informações não depende do uso de redes de internet. “Tivemos a preocupação de desenvolver um aplicativo que aceitasse o cadastro de maneira off-line. Isso foi um ponto determinante, pois nem sempre os agentes encontrarão um sinal de internet disponível. Além disso, não poderíamos propor um instrumento que nos gerasse custo adicional e que não fosse aplicável a diversas realidades”, explicou. 
 
 
Além das tarefas mencionadas, o dispositivo possibilita ao agente fazer cadastros fotográficos das famílias no registro eletrônico e também utilizá-lo como uma biblioteca de documentos, guias e outros documentos utilizados no dia a dia do agente, como o Manual do agente comunitário. De acordo com Elyne, “tínhamos grande receio na utilização dos tablets por parte dos agentes, mas há uma ótima aceitação. Outra questão importante e animadora é que os agentes, com a qualificação da prática, estão se sentindo bastante valorizados”.
 
Elyne acredita que a tecnologia deva ser utilizada para ajudar, e não dificultar os processos de trabalho. Portanto, desde setembro de 2012, ocorre um processo gradual de implantação dos tablets por meio de oficinas de capacitação para as equipes. Para tanto, foi formada uma equipe de apoiadores institucionais de informação integrada por Douglas Souto, Eliana Melamede e Beatriz Leimann. “Durante as oficinas tivemos a oportunidade de rediscutir os processos de trabalho, rever e esclarecer pontos de dúvidas, registrar reclamações e buscar, juntos, soluções comuns necessárias para a área.”
 
O aplicativo utilizado nos tablets em nada difere da Ficha A, já utilizada nacionalmente pelos agentes e preconizada pelo Ministério da Saúde. "Ele foi desenvolvido pela mesma empresa responsável pelos prontuários eletrônicos. Neste novo projeto, ela construiu conosco a ferramenta: adaptou os prontuários para os moldes digitais, conforme nossos interesses. O aplicativo pode ser alterado e adaptado de acordo com futuras necessidades. Como a ficha é padrão, ela pode ser aplicável em qualquer realidade", conclui Elyne.
 
<b>Imagem interna:</b> Acervo Território-Escola Manguinhos

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