Armazenamento do cordão umbilical
Nova técnica armazena o cordão umbilical. Antes era apenas o sangue do cordão umbilical que podia ser armazenado.
Durante muito tempo o cordão umbilical do bebê foi descartado como lixo na hora do parto. Há alguns anos, com a utilização de células troncos em tratamentos de diversas doenças, foi desenvolvida a técnica de armazenamento do sangue do cordão umbilical. As pesquisas nesse sentido continuaram avançando e, recentemente, descobriu-se que o armazenamento de todo o cordão umbilical pode oferecer maiores possibilidades de evitar doenças e salvar vidas no futuro.Esse material possui células-tronco especiais chamadas mesenquimais. Essas células podem se transformar em praticamente todos os tipos celulares especializados de qualquer órgão ou tecido e, por isso, são capazes de tratar muitas outras doenças além daquelas de origem sanguínea e do sistema imunológico, como regeneração de músculos, cartilagens, ossos e gordura.
Segundo o Dr. Marlon Knabben de Souza, hematologista e hemoterapeuta da clínica CordVida, a técnica ainda é muito nova e chegou ao Brasil no início de 2012. Para ele, a grande vantagem de congelar todo o cordão, e não apenas o sangue como era feito antigamente, é armazenar células-tronco mesenquimais do tecido do cordão umbilical e células tronco do sangue do cordão umbilical, oferecendo mais opções de tratamento. “Além disso, o processo de coleta, além de não invasivo, é absolutamente seguro tanto para a mãe como para o bebê e aproveita um material que seria descartado”, afirma o especialista.
O médico explica que as células-tronco mesenquimais são estudadas por grandes centros de pesquisa de vários países. “Estuda-se o potencial terapêutico em doenças como diabetes tipo I, diabetes tipo II, cirrose hepática, infarto agudo do miocárdio, miocardiopatia dilatada idiopática, queimadura aguda, lesões articulares e osteotendíneas relacionadas ao esporte e doença de Alzheimer”, explica o Dr. Marlon.
Ele completa ainda que outro potencial benefício das células mesenquimais é a sua utilização conjunta com as células-tronco do sangue do cordão em transplantes de medula óssea. “Ensaios pré-clínicos demonstram que esta combinação pode ser capaz de aumentar em até seis vezes a quantidade de células que pegam na medula. Este resultado sugere que, no futuro, este uso conjugado abra perspectivas para o aumento da eficiência dos transplantes e, possivelmente, permitirá que os pacientes que não conseguiam fazer transplante devido ao número insuficiente de células por parte do doador, passem a realizá-los”, explica ele.
Por enquanto, essa técnica ainda tem um custo bem elevado para a realidade econômica da maioria das pessoas.
Em um levantamento de preços que realizamos, o armazenamento das células mesenquimais do tecido do cordão umbilical, se contratado junto com o armazenamento das células-tronco hematopoiéticas do sangue do cordão, custa em torno de R$ 6.000 no primeiro ano. A partir do segundo ano, paga-se por volta de R$ 1.000 anualmente para manter as amostras armazenadas. Mas esses valores podem ser parcelados.
Em princípio toda gestante pode armazenar o tecido do cordão. Em algumas situações, por alterações anatômicas do cordão ou intercorrências obstétricas no momento do nascimento, a coleta pode ser contraindicada ou inviabilizada.
ATENÇÃO! Os preços apresentados nesta página foram coletado em outubro de 2012.
Paula R. F. Dabus
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