Posted: 22 Apr 2013 05:38 PM PDT
Muitos homens, após 50 anos, temem a realização do exame de próstata, em
função de vários mitos criados a cerca do tema. Um deles é a tão temida
cirurgia de próstata, que muitos erroneamente associam à impotência
sexual. Felizmente, isso não é inteiramente verdade.
As cirurgias variam de acordo com o problema e nem sempre estão
associadas ao câncer. A hiperplasia benigna, por exemplo, é
caracterizada pelo aumento do tamanho da próstata, não tendo nenhuma
relação com essa tão temida doença. Os sintomas mais comuns são a
urgência na necessidade de urinar, dor e a sensação de não esvaziamento
da bexiga. Casos mais avançados podem levar a retenção, incontinência
urinária e problemas renais.
A grande responsável pelos mitos que envolvem a cirurgia da próstata é a
prostatectomia radical. Muitos homens associam a cirurgia à impotência,
porque ela remove completamente a próstata, as vesículas seminais e as
extremidades do canal. A prostatectomia radical é minimamente invasiva,
aumenta a sobrevida e é considerada a principal forma de cura para
tumores de próstata nas fases iniciais. Apesar dos mitos criados, as
técnicas disponíveis atualmente reduziram muito as taxas de impotência.
Para esclarecer as dúvidas mais frequentes sobre a cirurgia de próstata, o médico e coordenador daSaúde do Homem do Ministério da Saúde, Eduardo S. Chakora, responde aos Mitos e Verdades.
Todo homem precisa fazer o toque retal? Verdade. O
toque retal é necessário porque é o melhor exame. “Estes exames podem
diagnosticar doenças benignas ou malignas da próstata. As razões que
levam os homens a terem receio de se submeter ao exame vão desde as
questões culturais até o medo de realmente descobrir uma doença. Mas,
quando recebem explicações mais detalhadas sobre o toque retal, os
homens que consultam o urologista vencem facilmente qualquer
constrangimento e não se incomodam mais em serem examinados”, explica.
O toque retal dói? Mito. O desconforto é maior quando o
paciente não está relaxado. “A sensação de dor é afetada por problemas
psicológicos. Normalmente, o paciente que sente medo do exame refere
mais dor. Porém, a maioria dos homens, depois de devidamente
esclarecidos sobre o exame pelo seu médico, fica tranquilo. O toque
retal é muito mais simples do que parece e, mesmo na presença do câncer,
não dói”, ressalta.
Se o exame de PSA der normal, isso significa que não tenho câncer? Mito. O
PSA (Antígeno Prostático Específico) é uma substância produzida na
próstata para ser eliminada junto com o sêmen. Tem a finalidade de
ajudar o espermatozoide no processo de fecundação. “O médico que
utilizar somente o PSA para o diagnóstico identificará entre 70 a 90%
dos problemas. Aquele que se valer do toque retal, 80 a 95%. Para
garantir a segurança no exame preventivo, a melhor opção é a realização
do PSA e do toque retal em conjunto”, enumera.
Se o PSA for aperfeiçoado, ele poderá substituir o toque retal? Mito. “Inicialmente,
acreditava-se que o PSA fosse uma enzima exclusiva da próstata, mas
hoje é sabido que ela é produzida por outras glândulas como as
periuretrais e as pancreáticas. É pouco provável que ele venha a
substituir o toque retal, embora ainda seja um indicador interessante e
simples de obter por exame de sangue”, diz.
Mesmo sem indício de câncer, é preciso continuar fazendo os exames de toque anualmente? Verdade. “Este
exame deve fazer parte da rotina anual de todos os homens acima de 50
anos de idade. Para aqueles que têm um ou mais parentes de primeiro grau
com histórico de câncer de próstata devem começar aos 40 anos. Em
paralelo, é preciso fazer o Antígeno Prostático Específico (PSA), que
costuma elevar-se em homens com câncer de próstata e outras doenças
prostáticas. Os dois exames precisam ser feitos conjuntamente”, orienta.
O câncer de próstata faz parte do envelhecimento do homem? Verdade. “Mais
do que qualquer outro tipo, ele é considerado um câncer da terceira
idade, já que cerca de 3/4 dos casos no mundo ocorrem a partir dos 65
anos. O aumento observado nas taxas de incidência no Brasil pode ser
parcialmente justificado pela evolução dos métodos diagnósticos, pela
melhoria na qualidade dos sistemas de informação do país e pelo aumento
na expectativa de vida”, explica o médico.
É preciso fazer uma biópsia para confirmar o câncer de próstata?
Verdade. “O único método seguro para confirmar o diagnóstico de câncer é
a biópsia. Para isto, uma amostra do tecido prostático é retirada,
comumente por punção da próstata, através de uma agulha inserida
diretamente na glândula”, finaliza.
Fonte: Érica Santos / Comunicação Interna do Ministério da Saúde
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