quarta-feira, 18 de dezembro de 2013

Edição on-line

Nova edição de ‘Ciência & Saúde Coletiva’ está no ar

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A edição de dezembro de 2013 (vol. 18, n. 12) da revista Ciência & Saúde Coletiva está disponível on-line. Esse número aborda o tema Envelhecimento: bônus demográfico - o desafio para o setor saúde. De acordo com o editorial da publicação, trata-se do novo paradigma demográfico, já que cerca de 190 milhões de habitantes residentes no Brasil, contados pelo Censo Demográfico de 2010, são resultados de uma história populacional iniciada há mais de cem anos. Para a pesquisadora Ana Amélia Camarano, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), que assina o editorial, o envelhecimento populacional está ocorrendo antes de o Estado brasileiro resolver as necessidades sociais básicas, como educação e saúde. “Essa visão foi responsável pela legitimação de alguns direitos sociais, como a universalização da aposentadoria, filas especiais, assentos reservados nos transportes públicos, gratuidade nos transportes urbanos, meia entrada e outros”, considera.
 
Ana Amélia disse que a expectativa é que a mortalidade continue a se reduzir e a vida a se alongar, mas reconhece-se que é difícil projetar o limite desse alongamento. “A redução da oferta de força de trabalho implicará em uma diminuição no número de contribuintes para a seguridade social, o que leva a se perguntar se será possível para o Brasil continuar mantendo a dissociação entre envelhecimento e pobreza. O cuidado do idoso frágil é também uma questão não resolvida. Essa responsabilidade continua sendo atribuída à família sem considerar as mudanças que nela ocorrem”, completou.
 
Entre os diversos artigos publicados no novo número da Revista Ciência & Saúde Coletiva, uma publicação da Abrasco, três têm a participação de pesquisadores da Escola.
 
O artigo Prevalência e fatores associados à realização de exames de rastreamento para câncer de próstata em idosos de Juiz de Fora, de autoria de Lívia Maria Santiago da Universidade Federal do Rio de Janeiro; Laércio Lima Luz e Inês Echenique Mattos, da ENSP; e João Francisco Santos da Silva, da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul, objetiva estimar a prevalência de realização de exames de rastreamento para câncer de próstata em idosos de Juiz de Fora (MG) e analisar os fatores associados. Trata-se de estudo seccional com 2825 homens de 60 anos ou mais que participaram da campanha de vacinação contra gripe de 2006. Foram analisadas variáveis sociodemográficas e relativas a condições de saúde e ao uso de serviços de saúde. A prevalência de realização de toque retal foi 61,0% e a de PSA 75,5%. As variáveis "história familiar de câncer de próstata", "tipo de serviço de saúde", "status conjugal", "uso de medicação regular" e "escolaridade" foram fatores independentes associados à realização de toque retal. O estudo evidencia que muitos idosos têm aderido à prática do rastreamento e a necessidade de dimensionar e qualificar esse processo, tendo em vista suas possíveis repercussões na saúde pública.
 
No artigo Velhice e Saúde na Região da África Subsaariana: uma agenda urgente para a cooperação internacional, José Luiz Telles; Ana Paula Abreu Borges, da ENSP, relatam que a região subsaariana do continente africano é onde se concentra a maior carga de doença do mundo e é a única região do planeta onde se espera que o número de pessoas pobres irá aumentar nas próximas décadas. “Os países desta região, em diferentes graus, experimentam processo lento de envelhecimento populacional, mas, ao mesmo tempo, é onde a população idosa mais cresce em números absolutos”. Os autores constatam que as políticas públicas voltadas para este segmento populacional na região não representam prioridade e, por conseguinte, dificilmente entram na agenda atual da cooperação internacional.
 
Avaliação dos serviços de farmácia dos hospitais estaduais do Rio de Janeiro, artigo dos pesquisadores Mario Jorge Sobreira da Silva, Instituto Nacional de Câncer; Rachel Magarinos-Torres e Claudia Garcia Serpa Osorio-de-Castro, da Universidade Federal Fluminense; e Maria Auxiliadora Oliveira, da ENSP,  apresenta o resultado da avaliação normativa em que foram empregados 62 indicadores de estrutura e processo, que permitiram verificar a adequação das atividades da farmácia hospitalar. Os hospitais foram hierarquizados, sendo escolhidos para o estudo de casos múltiplos o pior e o melhor serviço de cada nível de complexidade, perfazendo um total de seis unidades. De acordo com o artigo, a avaliação do desempenho mostrou que apenas uma unidade realizava a contento as atividades de gerenciamento e programação. Quatro realizavam inadequadamente a aquisição de medicamentos. “Os piores resultados de desempenho nos seis hospitais estudados foram relacionados ao componente armazenamento, e os melhores à atividade de distribuição. Os dados são preocupantes, por serem as atividades avaliadas consideradas centrais da farmácia hospitalar”, concluem.
 
O novo número está disponível no site da na base de dados da SciELO.

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