Posted: 16 Dec 2013 11:33 PM PST
Seu filho anda desmotivado, irritado e desatento às aulas? Fique de 
olho, o problema pode estar no prato. A alimentação inadequada - que 
resulta na deficiência de ferro - é a principal responsável pela anemia 
infantil, uma condição que acomete, no Rio Grande do Sul, cerca de 46% 
das crianças de até sete anos e 76% das menores de dois anos. Os dados 
são resultado de um estudo coordenado pela hematologista Lúcia Mariano 
da Rocha Silla, do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA). 
A pesquisa apontou ainda que a condição atinge                                                                                                                     36% das mulheres gaúchas 
em idade fértil.
 A anemia, causada pela diminuição da hemoglobina, 
proteína responsável por levar oxigênio para as células, manifesta-se de
 diversas formas, podendo gerar cansaço, desânimo, falta de força, 
indisposição e mal-estar em crianças e adultos. Nos pequenos, ela pode 
ainda trazer consequências mais graves se não tratada a tempo, como 
atrasos no crescimento e problemas no aprendizado. A boa notícia é que a
 solução pode ser simples.
- Tudo isso pode ser revertido com uma dieta reforçada e variada para as crianças - explica Lúcia. 
Educar para comer mais proteínas
A melhor maneira, tanto de tratar como prevenir, é educar a criançada a 
ter uma alimentação diversificada e rica em proteínas e que, 
naturalmente, tem ferro ou que seja enriquecida com o nutriente. Aos que
 pensam que leite de vaca e ovo em abundância resolvem o problema, a 
nutricionista Daieni Fernandes, do Complexo Hospitalar da  Santa Casa de
 Porto Alegre, alerta: eles não são fontes importantes de ferro.
- Os alimentos indicados para essa prevenção são as carnes de qualquer 
tipo animal e o fígado. Entre os de origem vegetal, dar as leguminosas 
(feijão, lentilha, ervilha), os grãos como nozes, açúcar mascavo, 
castanhas e as hortaliças como couve, agrião, salsa etc. são as melhores
 opções - detalha a especialista.
De mãe para filho 
Considerado um problema de saúde pública pela Organização Mundial da 
Saúde (OMS), a anemia pode trazer consequências ainda mais graves para 
as gestantes e seus futuros bebês. Conforme a hematologista Lúcia, 
mulheres grávidas devem prestar especial atenção para os níveis de ferro
 no sangue, já que a deficiência de hemoglobina da mãe aumenta o risco 
de bebês prematuros e pode causar  problemas irreversíveis ao filho.
- A presença de anemia na gestante pode levar a criança a ter diminuição
 da capacidade cognitiva de forma irreversível, mesmo depois de tratada.
 Não adianta investir em educação se não houver comida boa para as 
crianças - alerta a especialista.
Principais sintomas da anemia:
- Fadiga generalizada
- Anorexia (falta de apetite)
- Menor disposição para o trabalho
- Dificuldade de aprendizagem nas crianças e apatia (elas se apresentam pouco ativas) 
- Alterações na pele e em mucosas, nas  unhas e nos cabelos, que se tornam frágeis
- Palidez
- Tonturas ao levantar
 Alimentos que previnem:
- Carne de qualquer tipo
- Leguminosas
- Grãos
- Hortaliças
O nutriente
Essencial para a vida, o ferro atua principalmente na síntese 
(fabricação) das células vermelhas do sangue e no transporte do oxigênio
 para todas as células do corpo
Importância: 
- Reduz o nascimento de bebês prematuros e com baixo peso 
- Diminui o risco de morte materna no parto e no pós-parto imediato 
- Melhora a capacidade de aprendizagem da criança 
- Desenvolve a resistência às infecções 
- É fundamental para o crescimento saudável
A anemia
Estado em que a concentração de hemoglobina no sangue está anormalmente 
baixa, em consequência da carência de um ou mais nutrientes essenciais, 
qualquer que seja a origem desta. Apesar da ausência de vários 
nutrientes contribuir para a ocorrência de anemias por carência de 
folatos, proteínas, vitamina B12 e cobre, indiscutivelmente a de ferro 
é, dentre todas, a mais preocupante. A anemia por deficiência desse 
nutriente é, atualmente, um dos mais graves problemas nutricionais 
mundiais, sendo determinada, quase sempre, pela ingestão deficiente de 
alimentos ricos em ferro ou pela inadequada utilização orgânica. 
Causas
Tanto em crianças quanto em gestantes, são basicamente o consumo 
insuficiente de alimentos fontes de ferro ou com baixa 
biodisponibilidade. Na gestante, pode-se destacar também as baixas 
reservas de ferro pré-concepcionais e a elevada necessidade do mineral 
em função da formação dos tecidos maternos e fetais. 
Zero Hora

 
 
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