Posted: 19 Mar 2013 09:06 AM PDT
Dispositivo detecta níveis do ácido lactato, que resulta da quebra de açúcares por células cancerosas, em tempo real
Pesquisadores da Carnegie Institution, nos EUA, desenvolveram um sensor
molecular que pode facilitar a compreensão e o diagnóstico de vários
tipos de câncer.
As células cancerosas quebram açúcares e produzem o ácido metabólico
lactato a uma taxa muito mais elevada do que as células normais. Este
fenômeno fornece um sinal de que o câncer está presente, por meio de
diagnóstico por exames como tomografia por emissão de prótons (PET).
Agora, a equipe de pesquisa desenvolveu um sensor que pode detectar os
níveis de lactato em células individuais em tempo real. Antes deste
avanço, nenhum outro método de medição podia detectar de forma não
invasiva e instantânea o nível de lactato de uma única célula. O
trabalho pode ajudar na compreensão de como diferentes tipos de células
são alteradas pelo câncer.
"Durante a última década, o pesquisador Wolf Frommer e seus colegas
foram pioneiros no uso de sensores com Förster Resonance Energy
Transfer, ou FRET, para medir a concentração e o fluxo de açúcares em
células individuais com uma simples mudança de cor fluorescente. Isto
começou a revolucionar o campo do metabolismo. Usando o mesmo princípio
subjacente, inventamos agora um novo tipo de sensor baseado em um fator
de transcrição", explica o autor do artigo Alejandro San Martín.
A troca de lactato entre as células e no interior das células é parte do
processo metabólico normal, mas também está envolvida em doenças que
incluem a inflamação, fornecimento de insuficiente de oxigênio para as
células, fornecimento de sangue restrito aos tecidos e degradação
neurológica, além de câncer.
"Os métodos padrão para medir lactato são baseados em reações entre
enzimas, que exigem um grande número de células em misturas celulares
complexas. Isso torna difícil ou mesmo impossível ver como diferentes
tipos de células agem quando se tornam cancerosas. Nossa nova técnica
nos permite medir o metabolismo das células individuais, dando-nos uma
nova janela para a compreensão de como diferentes tipos de câncer
operam", afirma o líder do projeto Felipe Barros.
Segundo os pesquisadores, o novo sensor foi capaz de quantificar
concentrações muito baixas de lactato, proporcionando uma sensibilidade e
gama de detecção sem precedentes.
Os investigadores descobriram que as células de tumor produziram lactato
de 3 a 5 vezes mais rápido do que as células não tumorais. "A alta taxa
de produção de lactato na célula cancerosa é a marca do metabolismo do
câncer. Este resultado abre caminho para a compreensão das nuances do
metabolismo do câncer em diferentes tipos da doença e para o
desenvolvimento de novas técnicas para combater a condição", afirma
Frommer.
Fonte isaude.net
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