Posted: 13 Mar 2013 06:33 AM PDT
Segundo a pesquisa, são necessários níveis mínimos deste hormônio para que exista a ativação do centro cerebral do prazer
A avaliação hormonal feita em mulheres por pesquisadores da Universidade
Federal de Minas Gerais (UFMG) mostrou que, das pacientes atendidas com
alguma disfunção sexual no Hospital das Clínicas da UFMG, 75%
apresentavam síndrome de insuficiência androgênica feminina,
caracterizada por níveis reduzidos de testosterona. " A testosterona tem
ação direta em receptores específicos relacionados ao prazer e à
resposta sexual feminina" , explica a ginecologista Fabiene Bernardes
Castro Vale, autora do estudo. Para a pesquisa, foram avaliadas 60
mulheres de 18 a 44 anos.
Segundo o estudo, são necessários níveis mínimos deste hormônio para que
exista a ativação do centro cerebral do prazer. A queda em seus níveis,
como acontece em algumas mulheres ao final dos 20 anos, tem sido
demonstrada como causa da baixa de libido.
" Os mecanismos responsáveis pela resposta sexual feminina são
complexos, dinâmicos e ainda não totalmente esclarecidos" , afirma
Fabiene. " O que se conhece, porém, é que alterações anatômicas,
desequilíbrios neuroendócrinos ou a diminuição dos hormônios sexuais
podem levar à disfunção sexual" , acrescenta.
Para a ginecologista, o alto índice de mulheres afetadas por essas
condições mostra que essa é uma questão que já deve ser tratada como um
problema de saúde pública." A Organização Mundial de Saúde já reconhece a
sexualidade como um aspecto central nas nossas vidas, e a saúde sexual
como um direito garantido a todos. Mas o assunto ainda não é visto com a
importância devida" , critica.
Avanços e perspectivas
Apesar do preconceito, a medicina sexual teve um importante avanço nos
últimos anos, principalmente no que se refere à saúde sexual feminina.
Um dos exemplos foi o Consenso de Paris, realizado em 2002, com o
intuito de debater as questões de saúde sexual contemporâneas. Entre os
resultados desse encontro está a definição do que seria a disfunção
sexual feminina, apontada como " desordem persistente e recorrente do
desejo ou interesse sexual,da excitação subjetiva e genital, no orgasmo e
dor ou dificuldade para permitir ou completar a relação sexual" .
Visão ampliada
Fabiene ressalta que fatores biológicos, como as alterações hormonais,
são apenas uma parte do problema,que envolve também fatores psicológicos
e sociais. Atualmente,o modelo mais aceito para explicar a resposta
sexual nas mulheres enfatiza a importância da intimidade emocional com o
parceiro e a satisfação da própria percepção de desejo e necessidade
sexual.
Com o objetivo de ampliar essa concepção, o estudo foi realizado com
pacientes que não apresentavam problemas psicológicos, sociais ou no
relacionamento. " Queríamos isolar estes fatores, para termos apenas a
dimensão da influência das alterações hormonais" , explica Fabiene. Para
a pesquisadora, o próximo passo é tentar quantificar essas mudanças. "
Sabemos apenas que as alterações hormonais, principalmente a diminuição
da testosterona livre, são frequentes nessas mulheres" , diz. " Com esse
novo dado em mãos será possível prepararmos uma melhor abordagem no
tratamento" , prevê.
Com informações da UFMG
Fonte isaude.net
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