Conheça os 10 maiores fatores de risco para doenças
Diabetes, tabagismo e até poluição entra na lista de problemas
Por Laura Tavares
Um conjunto de estudos recentemente publicado na revista científica The Lancet
apontou que embora as pessoas estejam vivendo mais, a qualidade de vida
decaiu. O principal motivo para esse quadro é a adoção de hábitos pouco
saudáveis ao longo da vida e a convivência com doenças na velhice,
principalmente as crônicas.
Frente a esse cenário, a pesquisa
listou os 10 maiores fatores de risco para doenças. Observe que todos
podem ser controlados ou evitados com medidas simples e, por isso, cada
vez mais, órgãos e profissionais de saúde têm trabalhado para acabar com
a mentalidade de que médicos só devem ser procurados ao sinal de
problemas. "Para reduzir os gastos e melhorar a qualidade de vida da
população, nada melhor do que prevenção", afirma o pneumologista Ricardo
Luiz de Melo, do Hospital Universitário de Brasília. Confira a lista:
Hipertensão
"A
hipertensão
é uma doença silenciosa, ou seja, quando apresenta sintomas já pode ter
causado danos irreversíveis ao organismo", aponta o clínico geral
Claudio Miguel Rufino, da Escola Paulista de Medicina da Unifesp.
Segundo ele, o trabalho dos vasos sanguíneos sob pressão anormal
favorece uma série de complicações que podem culminar em
infarto,
AVC
ou até óbito. Por isso, recomenda-se medir a pressão arterial uma vez
por ano ou com maior frequência, quando há casos de pessoas com a doença
na família. Dieta equilibrada e prática regular de exercícios também
são medidas eficazes para controle e prevenção da hipertensão.
Tabagismo
Segundo o pneumologista Ricardo, é normal as pessoas associarem o
tabagismo apenas ao
câncer de pulmão,
mas esta não é a única consequência decorrente do hábito de fumar.
"Câncer de boca, câncer de bexiga, câncer de útero, infarto, bronquite,
AVC e inúmeras outras doenças estão ligadas ao cigarro", aponta. Assim,
quanto antes o hábito for interrompido, maior a chance de melhorar a
qualidade de vida. Vale lembrar ainda que os benefícios do abandono do
vício não são refletidos somente no futuro. "É possível notar a melhora
do gosto dos alimentos e uma maior resistência respiratória logo nos
primeiros dias sem cigarro", conta.
Alcoolismo
O
alcoolismo costuma ter como principal órgão alvo o fígado, causando
cirrose.
Entretanto, a ingestão exagerada pode gerar problemas como gastrite e
até quadros psiquiátricos. A dependência não está relacionada somente
com a frequência com que um indivíduo consome bebidas alcoólicas, mas
também com a quantidade. Assim, mesmo bebendo uma vez por semana, uma
pessoa pode ser considerada vítima da doença caso não tenha qualquer
parâmetro de moderação. De acordo com o clínico-geral Claudio, por ser
socialmente aceito, o consumo de álcool começa a ser incentivado pela
família ainda na infância.
Poluição dentro de casa
É impossível eliminar todos os agentes desencadeadores de problemas respiratórios, como a
rinite alérgica, em uma cidade urbanizada, por isso, devemos, pelo menos, manter a limpeza do lar em dia. "A
poluição
externa também se deposita dentro de casa e nós mesmos somos
responsáveis pelo acúmulo de pó, ácaros e pelos, alguns dos principais
vilões quando o assunto é saúde respiratória", explica o pneumologista
Ricardo. Assim, além da higiene dos móveis, objetos e do chão,
recomenda-se trocar as roupas de cama regularmente.
Baixo consumo de frutas
"Frutas são alimentos naturais facilmente
digeridos e fonte de vitaminas e minerais fundamentais para o
organismo", afirma o clínico-geral Alfredo Salim Helito, do Hospital
Sírio-Libanês. De acordo com o especialista, quem consome poucas
frutas
tende a dar espaço para alimentos pouco saudáveis, industrializados e
gordurosos. Com o tempo, a má alimentação pode não só favorecer
problemas, como diabetes, como ainda pode levar ao desenvolvimento de um
câncer no tubo digestivo, como o
câncer de estômago ou o
câncer de intestino. Nutricionistas recomendam a ingestão de, no mínimo, três porções de frutas diariamente.
Obesidade
Embora tenha influência genética, a
obesidade
também está ligada a hábitos de vida e o número crescente de vítimas do
problema mostra que cada vez mais pessoas cultivam uma dieta desregrada
e o sedentarismo. "A doença é porta de entrada para problemas
cardíacos, diabetes, problemas articulares e insuficiência vascular",
explica o clínico-geral Claudio. A prevenção, por sua vez, começa na
infância, aprendendo a montar um prato equilibrado e sabendo como fazer
opções saudáveis mesmo fora de casa.
Diabetes
Há dois tipos de diabetes, aquele que surge logo na infância e não tem causa conhecida (
diabetes tipo 1) e aquele que costuma se desenvolver na idade adulta e está diretamente ligado a hábitos de vida (
diabetes tipo 2).
Enquanto o primeiro exige controle desde cedo, o segundo nem sempre é
descoberto precocemente. "Isso aumenta o risco de complicações, como
insuficiência renal, disfunção erétil, infarto, entre outros problemas, e
dificulta o controle da doença", explica o clínico-geral Alfredo. Para
se prevenir, nada como uma dieta com muitos vegetais e a prática regular
de exercícios.
Baixo peso infantil
"A
desnutrição
infantil acarreta uma série de dificuldades na vida adulta, porque é
nesta fase que nosso sistema imunológico e neurológico amadurece",
alerta o clínico-geral Alfredo. Com as defesas do corpo debilitadas, o
indivíduo fica mais suscetível a contrair doenças infecciosas e com a
cognição prejudicada, encontra dificuldade de aprender e reter
informações. Vale lembrar que criança gordinha não é sinônimo de criança
bem alimentada. "Ela pode estar com deficiência de inúmeros nutrientes
e, ainda assim, apresentar um bom peso, caso sua dieta não seja
equilibrada", complementa.
Poluição ambiental
Respirar ar poluído leva inúmeras substâncias
tóxicas para dentro do nosso organismo, favorecendo problemas
respiratórios. Entretanto, segundo o pneumologista Ricardo, cresce cada
vez mais o diagnóstico de câncer de pulmão em indivíduos não fumantes, o
que leva a crer que esses resíduos também contribuam com a doença.
Quanto mais poluído o ar também, menor a quantidade de oxigênio o que,
consequentemente, reduz a oxigenação dos nossos órgãos e tecidos.
Enquanto nenhuma política agressiva para acabar o problema é adotada,
recomenda-se a lavagem nasal com soro e a limpeza do lar.
Sedentarismo
Quer bons motivos para começar a treinar? O
sedentarismo
é responsável por inúmeras doenças, como diabetes, obesidade e
problemas cardíacos. Com o slogan de "não tenho tempo", entretanto, a
população tem fugido dos exercícios. A solução começa com valorizar mais
a saúde do que qualquer outra atividade no dia. Depois, basta ter
criatividade. Parar o carro em um estacionamento mais longe, descer do
ônibus alguns pontos antes e optar por escadas ao invés do elevador são
algumas maneiras de se exercitar sem gastar tempo. O ideal, porém, é
realizar uma atividade física que alie trabalho muscular com exercícios
aeróbios regularmente.
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