Rede social dissemina informações para reduzir a mortalidade materna e infantil
Quando a tecnologia e a informação se unem por uma causa, o resultado pode ser muito positivo, ainda mais se tratando de saúde. Nesta perspectiva, foi lançada, no último dia 27, a Rede Mães de Minas – rede de relacionamentos na internet voltada para disseminação de informações que previnam complicações na gestação, no parto e pós-parto e nos primeiros anos de vida da criança. A rede faz parte de uma parceria firmada entre a Fundação Assis Chateaubriand (FAC) e a Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais (SESMG) e integra um conjunto de iniciativas para reduzir a mortalidade materna e infantil no Estado.A rede conta com a participação online de mães, médicos e gestores públicos e cada um tem seu papel dentro daquele convívio, conforme explica o gerente de projetos da FAC, Eduardo Só Gay: “A maior dificuldade é disseminar informação. Então pensamos em uma ferramenta onde a mãe possa contar suas experiências e conversar com outras mães; onde também possa estar em contato com os médicos, que são os moderadores sociais da rede, e com seus gestores públicos”.
Mensalmente, a rede será alimentada com conteúdo produzido pelos médicos, que esclareçam as principais dúvidas dessas mães. Este conteúdo é essencialmente informativo, levando orientações de forma clara para as integrantes da comunidade online. Em nenhum momento será feita a prescrição de medicamentos ou diagnósticos. “O papel do médico ali é orientativo e não de consulta. Inclusive, um dos focos é fazer com que a mãe faça todos os exames”, alerta Eduardo.
Um dos médicos moderadores da Rede Mães de Minas, o obstetra Ricardo Cabral, aponta a ferramenta como um complemento do trabalho médico convencional. “Precisamos de meios alternativos de comunicação e educação para que as pessoas se empoderem e consigam fazer gestão da sua própria saúde, escolham seus hábitos de vida de forma mais consciente. O grande objetivo é exatamente criar uma condição onde os profissionais de saúde possam ter mais um instrumento para fazer a saúde acontecer”, pondera Cabral.
A Rede Mães de Minas – o grande foco da rede são as mães mineiras, mas o site é aberto para pessoas de outros estados. Pessoas envolvidas na gestação, como pais, avós, irmãos, também são convidados a participar.
Como o objetivo é disseminar informações de qualidade e de fácil compreensão, que de fato sejam úteis para estas mães, as pessoas cadastradas podem vincular sua conta ao Facebook e compartilhar as publicações da rede Mães de Minas com seus outros amigos.
Exemplos que deram certo - Edna Pereira Lopes (34), de João Pinheiro (MG), descobriu que está grávida há pouco tempo. Quando viu o anúncio da Rede Mães de Minas na televisão, fez logo seu cadastro e buscou tirar dúvidas. “É minha quarta gravidez, mas a gente sempre tem dúvida. Por isso achei interessante estar em contato direto com outras mães e com os profissionais, para tirar dúvidas e conversar sobre a alimentação nesse início de gravidez”, relata a gestante de 12 semanas.
Para a mãe do Caio (1), Cintia S. Oliveira Castelo Branco (30), de Contagem (MG), a rede “Mães de Minas” foi útil por trazer informações sobre os cuidados com a criança, principalmente no primeiro ano de vida. “A gente sabe que a amamentação é exclusiva até 6 meses, mas eu não estava sabendo como e quando introduzir comida. Pesquisando ali, pude saber como introduzir alimentos”, conta Cintia.
Redução da mortalidade materna - O grande objetivo é levar informação às gestantes e sua família, tendo em vista que os cenários motivadores da mortalidade infantil e materna é a falta de informação e cuidado. Segundo a gerente do Projeto Mães de Minas na SESMG, Carla Martins, é preciso fortalecer o vínculo com estas mães, destacando a importância do pré-natal, e a Rede Mães de Minas é uma das medidas adotadas para isso. “Quando a gente monitora as mães que estão sendo cadastradas na rede, a gente percebe que elas entendem melhor o sentido dos exames e com isso promovem o que a gente chama de autocuidado. Isso também contribui com as políticas de redução de mortalidade”, destaca a gerente.
O Ministério da Saúde também está empenhado na redução da mortalidade materna e infantil. Desde o seu lançamento, em março de 2011, a estratégia Rede Cegonha vem implantado um conjunto de medidas que garantem a todas as brasileiras, pelo Sistema Único de Saúde (SUS), atendimento adequado, seguro e humanizado desde a confirmação da gravidez, passando pelo pré-natal e o parto, até os dois primeiros anos de vida do bebê.
Jéssica Macêdo / Blog da Saúde
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