Ministra defende Implantação de Comissões Estaduais para a Erradicação do Trabalho Escravo
Data: 20/02/2013
Em reunião da Comissão
Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo (Conatrae), a ministra
Maria do Rosário, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da
República (SDH/PR), defendeu a implantação das comissões estaduais para a
Erradicação do Trabalho Escravo. O objetivo da Conatrae, explicou
Rosário, é fortalecer a atuação das Coetraes, para assegurar maior
alcance das políticas públicas de prevenção e combate ao trabalho
escravo no país.
Ao falar da
importância dos colegiados nos municípios brasileiros, a ministra citou
como exemplo o estado de São Paulo, onde foi sancionada em janeiro a lei
que cassa a inscrição no cadastro de contribuintes do Imposto sobre
Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) dos estabelecimentos
comerciais envolvidos na prática do trabalho escravo.
Outro
tema de grande destaque na pauta foi a questão do flagrante realizado
no Pará que resultou na libertação de meninas e mulheres exploradas na
prostituição e mantidas em verdadeiro cárcere. “A escravização para uma
das formas mais perversas de escravidão que é a escravidão sexual”,
explicou a ministra. Rosário pediu para que a Comissão aprofunde a
questão específica da escravização na exploração sexual de mulheres,
jovens e travestis”.
A temática
veio à pauta em função do caso das mulheres que eram mantidas em cárcere
privado, para fins de exploração sexual, em boates da região de
Altamira, no Pará. A partir desta reflexão, a Comissão decidiu emitir
uma nota pública onde, além de identificar os elementos caracterizadores
da situação análoga à de escravo presentes no caso flagrado em
Altamira, levantará alguns dos desafios postos para combater o crime
nessas condições específicas.
O
Julgamento da Chacina de Unaí também esteve entre os encaminhamentos da
reunião. Em sua fala, a ministra Maria do Rosário afirmou que o
colegiado deverá se pronunciar, formalmente, sobre a demora do
julgamento e seu deslocamento para Unaí. Anteriormente, o processo
tramitava no judiciário da capital mineira, Belo Horizonte. Ficou
acertado ainda que a Conatrae deverá pedir, formalmente, ao Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) mais celeridade no processo.
Chacina
de Unaí - No dia 28 de janeiro de 2004 três auditores fiscais do
Ministério do Trabalho - Eratóstenes de Almeida Gonsalves, João Batista
Soares Lage e Nelson José da Silva - e o motorista Ailton Pereira de
Oliveira, estavam em uma estrada da zona rural na região de Unaí (MG),
quando foram assassinados por tiros à queima-roupa. O grupo estava
fiscalizando fazendas de feijão.
Assessoria de Comunicação Social
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