terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

ENCHENTES

Data de Cadastro: 28/02/2012 as 08:53:52 alterado em 28/02/2012 as 11:59:20


Força Nacional do SUS reforça atendimento no Acre


Mais três equipes embarcam nesta semana para reforçar assistência no estado com 12,5 mil desabrigados e outros 116 mil desalojados pelas chuvas


A Força Nacional do Sistema Único da Saúde (FNSUS) envia ao Acre nesta terça-feira (28) mais uma equipe de profissionais para reforçar a assistência à população dos municípios mais afetados pelas fortes chuvas e pela elevação do nível do rio Acre. No sábado (3), partirão outras duas equipes, todas elas compostas por médicos, enfermeiros e técnicos de enfermagem. Trinta voluntários da FNSUS estão neste momento atuando em Rio Branco, Santa Rosa do Purus, Xapuri, Brasiléia e Porto Acre.

A participação das equipes da FNSUS atende solicitação do governo do Acre, estado onde nove municípios foram atingidos pelas fortes chuvas: Rio Branco, Manuel Urbano, Sena Madureira, Santa Rosa do Purus, Assis Brasil, Brasiléia, Xapuri, Porto Acre e Epitaciolândia. Ao todo, 12.578 pessoas ficaram desabrigadas, necessitando de abrigos temporários para serem alojadas. Foram identificados 22 abrigos, que são avaliados pelas equipes da Vigilância em Saúde do ministério. Outras 116.151 pessoas ficaram desalojadas, com habitações danificadas ou destruídas, mas ainda sem necessidade de recorrer aos abrigos temporários. Não foi registrado óbito até agora no Acre por causa das enchentes.

Para o estado, o Ministério da Saúde já encaminhou em fevereiro 25 kits (o equivalente a mais de seis toneladas) de medicamentos e insumos estratégicos, o que permite o atendimento de até 12,5 mil pessoas desabrigadas e desalojadas por um período de três meses. Além de todo o trabalho de assistência, orientação, monitoramento e orientação técnica, a FNSUS tem realizado busca ativa de pacientes em tratamento de hemodiálise ou quimioterapia e de grávidas nas áreas inundadas. A FNSUS monitora também a quantidade de doses de vacinas e soros antiofídicos disponíveis. As equipes ainda estão distribuindo folhetos educativos em abrigos e para a população afetada pelas enchentes.

“A Força Nacional do SUS trabalha de forma integrada com o governo do estado do Acre, Exército, Força Aérea Brasileira, Defesa Civil Nacional e a Força de Segurança Pública. Essa atuação coordenada ajuda muito na troca de informações e na eficiência do nosso trabalho, com foco nas demandas da população e nas necessidades da rede pública local”, ressalta o secretário-executivo adjunto do Ministério da Saúde, Adriano Massuda.

POPULAÇÕES VULNERÁVEIS – A FNSUS apoia ações assistenciais imediatas dos gestores locais. O trabalho reúne representantes das secretarias de Atenção à Saúde, Vigilância em Saúde - incluindo o Departamento de Saúde Ambiental e do Trabalhador – e Saúde Indígena, do ministério. Uma das maiores preocupações é com as populações vulneráveis, entre elas, indígenas e imigrantes haitianos. Atualmente, sete aldeias estão inundadas (quatro parcialmente e três totalmente), com 94 indígenas desabrigados no município de Santa Rosa do Purus.

As equipes do FNSUS estão percorrendo o Rio Purus, visitando aldeias, realizando atendimento aos indígenas e ribeirinhos e identificando as maiores necessidades desses locais. “Também estamos em contato permanente com o governo do estado do Amazonas, colocando-nos à disposição para o que for preciso”, adianta Massuda.

RESPOSTA IMEDIATA – Criada no ano passado, a Força Nacional presta socorro imediato a vítimas de desastres naturais, calamidades públicas ou situações de risco epidemiológico que exigem uma resposta rápida e coordenada, com apoio logístico e equipamentos adequados. “Ainda em 2011, o papel da FNSUS foi decisivo para o atendimento de vítimas de desastres naturais em várias regiões do país, evitando mais perdas de vidas por causa de chuvas, enchentes, deslizamentos e inundações”, acrescenta.

A FNSUS enviou no ano passado 15 toneladas de medicamentos para socorrer vítimas das enchentes no Rio de Janeiro, Minas Gerais e Espírito Santo, além de atuar junto com estados e municípios em ações de prevenção, vigilância e atenção à saúde. Para municípios com danos no abastecimento de água, disponibilizou frascos de hipoclorito, que serve para purificar a água e torná-la própria para o consumo.

O Ministério da Saúde ainda adiantou repasses para média e alta complexidade das cidades de Campos dos Goytacazes (R$ 7,8 milhões) e de Itaperuna (R$ 4,4 milhões), no estado do Rio de Janeiro. O recurso permite a reconstrução de unidades de saúde, assim como a ampliação da assistência hospitalar. Pode, ainda, custear procedimentos como cirurgias e exames, e a aquisição de medicamentos e insumos. Os recursos também servem para financiar hospitais de pequeno porte e o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), entre outros.

ORIENTAÇÕES DO MINISTÉRIO – A reconstrução de unidades de saúde está entre as maiores prioridades do ministério, que articula com governadores e prefeitos das regiões afetadas pelas enchentes a retomada e ampliação dos serviços. Também são identificadas unidades de saúde que foram comprometidas e que podem ser reformadas ou equipadas. Os especialistas da FNSUS ainda estão orientando os prefeitos na escolha de terrenos mais protegidos das enchentes.

Para ajudar os municípios no atendimento a acidentes ocorridos com serpentes e aracnídeos, que saem em maior quantidade de seus esconderijos por causas das chuvas, o ministério enviou ampolas de soro contra veneno de animais peçonhentos. Além disso, foram encaminhadas doses de vacinas contra tétano, difteria e raiva – doenças às quais a população fica mais exposta por causa de enchentes – a todos os estados atingidos.

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