Doenças negligenciadas são tema de debate em Brasília
Com informações da Agência BrasilNegligência da indústria
O governo precisa adotar medidas de estímulo à produção e ao desenvolvimento de medicamentos para o tratamento das doenças negligenciadas pelas grandes empresas farmacêuticas.
Esta foi uma das conclusões de um debate sobre saúde pública realizado em audiência pública na Câmara dos Deputados.
Doenças negligenciadas que são aquelas que ocorrem principalmente em países pobres ou na população de baixa renda.
Como é considerado um mercado de baixa lucratividade pela indústria
farmacêutica, as empresas não investem na busca de medicamentos para
tratá-las ou preveni-las.Calcula-se que cerca de 16 milhões de pessoas no Brasil sofram de doenças negligenciadas. Segundo a OMS, no mundo as doenças negligenciadas afetam 1 bilhão de pessoas.
A brasileira Fiocruz é líder nas pesquisas de doenças negligenciadas, com reconhecimento internacional.
Entre outras, os especialistas ouvidos na Câmara citaram a doença de Chagas, considerada a mais negligenciada de todas, cisticercose, dengue e dengue hemorrágica, dracunculíase (doença do verme-da-guiné), equinococose, fasciolíase, úlcera de Buruli e leishmaniose.
Quebra de patentes e incentivos
Na análise do vice-presidente de Produção e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jorge Bermudez, a quebra das patentes poderia ser uma solução para melhorar o acesso aos medicamentos.
"São produtos em que a indústria não investe, porque são doenças que ocorrem em populações pobres, em países pobres, que não dão retorno à indústria farmacêutica. Por isso, precisamos ter outros mecanismos para garantir que a população tenha acesso [aos medicamentos]," disse.
Para Ricardo Marques, da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades, é preciso dar condições para que a indústria farmacêutica nacional produza novos medicamentos para tratamento das doenças negligenciadas.
"Como esse tipo de doença não é estudada e alvo até mesmo de pesquisas básicas por parte das empresas multinacionais sobrou para nós [a indústria nacional] resolvermos o problema. Hoje, as empresas nacionais têm condições de fazer isso," disse.
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