Médicos alertam para diagnóstico precoce do Glaucoma
Publicação:
28 de maio de 2012
Eduardo Safons, portador da doença há seis anos, diz que leva vida normal
Na data em que se comemora o Dia
Nacional de Combate ao Glaucoma, médicos e pacientes alertam para a
necessidade do diagnóstico precoce da doença, considerada “silenciosa”
por não apresentar sintomas. Segundo a Organização Mundial da Saúde, a
doença alcança de 1% a 2% da população acima dos 40 anos no mundo, o que
corresponde a aproximadamente 2,9 milhões de pessoas.
O Dia Nacional de Combate ao Glaucoma,
comemorado anualmente em 26 de maio, foi instituído para dar mais
visibilidade à doença, que, sem diagnóstico, é tratada somente quando a
percepção da perda parcial da visão já foi instalada. No caso da doença
em estágio avançado, há comprometimento do campo visual e embaçamento
constante. A perda da visão é progressiva.
O dano causado no nervo ótico após a
instalação da doença é irreversível, mas há como impedir a progressão da
perda da visão, explica a oftalmologista especializada em glaucoma,
Carla Bastos. A médica destaca também que a associação entre a doença e
pressão alta não é mais absoluta como costumava ser. De acordo com ela, o
diagnóstico precoce é, de fato, o melhor tratamento.
“A doença aparece dos 35 aos 45 anos e
dos 55 aos 65 ou 75 anos. O fator idade, hoje em dia, é um tanto quanto
relativo, não é muito determinante. Os fatores que mais chamam a atenção
do glaucomatólogo são os de risco”, disse a oftalmologista.
Quem já tem casos da doença na família,
usa corticóide, é diabético, negro, asiático ou míope deve prestar mais
atenção, pois esses são fatores de risco para o aparecimento do
glaucoma. “Hoje em dia, o diagnóstico é feito no nervo ótico, mesmo que o
paciente não tenha pressão alta. A pressão é individualizada, cada
paciente tem um alvo”, explicou.
Os tratamentos atualmente são diversos,
podendo ser feitos por meio de comprimidos, colírio, lasers ou
cirurgias. Segundo o Ministério da Saúde, 95% dos tratamentos de
glaucoma são feitos em regime ambulatorial, com uso de colírio.
O Sistema Único de Saúde (SUS) oferece
tratamento integral à doença desde 2011, quando o MS passou a distribuir
colírios das três linhas previstas para o combate ao glaucoma
(betabloqueadores, inibidores tópicos de anidrase carbônica e
alfa-2-agonistas, e análogos de prostaglandinas/prostamidas).
Carolina Sarres e Paula Laboissière – Agência Brasil
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