quarta-feira, 30 de maio de 2012

Descobertas

Posted: 29 May 2012 05:27 AM PDT
Soluções simples para reverter as doenças mais comuns entre as mulheres

As mudanças no estilo de vida feminino, uma eterna disputa entre o desenvolvimento profissional e os cuidados com a família, não trouxeram somente mais autonomia. Doenças que antes eram consideradas tipicamente masculinas agora passam a preocupar também as mulheres, como é o caso do infarto e da insuficiência cardíaca.

"Poucas horas de sono, alimentação inadequada e sedentarismo são só algumas das imprudências que causaram o aumento desses problemas", afirma o geriatra Paulo Camiz, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Somados às alterações hormonais, capazes de dar um nó na saúde e no metabolismo feminino, os maus hábitos formam um cenário ameaçador, que exige atenção. Sorte que a Ciência está ao seu lado e não para de oferecer descobertas que se traduzem em mais qualidade de vida.


1.Prevenindo a osteoporose
A diminuição do estrogênio, típica da menopausa, causa uma perda óssea importante. Dados divulgados pela International Osteoporosis Foundation (IOF) indicam que cerca de 20% das mulheres com mais de 50 anos têm osteoporose e 15% sofrem uma fratura vertebral, decorrente da osteoporose. Mas a maioria delas nem desconfia disso, já que esse problema só causa dor em um terço dos casos.

O mais adequado é prevenir a doença. "Tomar quinze minutos de sol três vezes por semana, manter uma dieta rica em vitaminas e minerais, além da prática regular de atividade física são boas medidas preventivas", afirma o ginecologista Raul Nakano, da clínica de fertilidade Ferticlin. A musculação é uma das melhores atividades para prevenir a osteoporose, desde que realizada com supervisão profissional. Um estudo realizado pela Northwestern University, nos Estados Unidos, mostra que esse tipo de exercício traz o aumento na densidade óssea da coluna e do quadril, áreas mais comumente afetadas pela osteoporose nas mulheres.

2. Sintomas da menopausa
Ondas de calor, alterações do sono e do humor, suores noturnos e diminuição do desejo sexual são sintomas relatados por cerca de 70% das mulheres que chegam à menopausa. Mas, além da reposição hormonal, existem outros métodos para combater os problemas.

Um amplo estudo, da Universidade de Delaware, nos Estado Unidos, indica que comer duas porções de soja por dia pode reduzir a frequência e a severidade das ondas de calor comuns do período em até 26%. Os resultados, publicados no periódico Menopause: The Journal of the North American Menopause Association, envolveram mais de 1.200 mulheres ao todo.

De acordo com outro estudo do Departamento de Tocoginecologia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, o alimento à base de soja produz efeitos semelhantes à terapia hormonal, comumente aplicada em mulheres que passam pelo climatério. A dieta foi capaz de reduzir as típicas ondas de calor em até 65,4% e problemas musculares e articulares em 40%, além de diminuir a secura vaginal. Raul Nakano explica que a ação da soja se deve à presença de isoflavonas, mas o mecanismo de ação dessas substâncias ainda não está totalmente esclarecido.

3. Reposição hormonal
A progesterona usada na reposição hormonal tem função protetora contra o câncer de endométrio (o estrogênio, também usado na reposição, faz essa camada se espessar). Mas, por outro lado, a progesterona pode desencadear tumores nas mamas. Um estudo realizado pelo National Institute of Health (EUA) revelou que pacientes de reposição hormonal combinada (progesterona e estrogênio) tinham maiores chances de desenvolver câncer de mama. Apesar das limitações desse estudo, que usou uma dose muito alta de hormônios para análise, o resultado foi aceito pela comunidade médica. Já o uso do estrogênio isoladamente (feito em mulheres que retiraram o útero) não apresenta esse risco.

Não é de hoje que se discutem os riscos e benefícios da reposição hormonal. O ginecologista Raul explica que as vantagens na atenuação dos sintomas (calores, sudorese, estresse) são consenso. Mas os riscos do tratamento ainda deixam as mulheres com medo de optar pelos hormônios.

4. Trabalho e estresse
Um estudo feito pelo National Heart, Lung and Blood Institute, nos Estados Unidos, e apresentado no encontro anual da American Heart Association, em Chicago, avaliou 17.415 mulheres e descobriu que aquelas que ficavam estressadas no trabalho tinham um risco 40% maior de ter um ataque cardíaco. Nacionalmente, um levantamento realizado pela seguradora Sulamérica mostra que a rotina das brasileiras também é marcada pelo estresse e, em consequência, pelo aumento de doenças cardiovasculares. "Diminuir as obrigações femininas é quase impossível, mas dá para mexer na rotina e melhorar a alimentação, além de fazer exercícios para manter a saúde em dia", afirma o geriatra Paulo Camiz.

5. Doenças Cardíacas
Uma pesquisa da American Heart Association, indica que cerca de 500 mil mulheres morrem todos os anos nos Estados Unidos por doenças do coração, superando o número de homens mortos pela mesma causa. Até o início dos anos 80, eles eram a maioria, mas passaram a se prevenir e se tratar mais. O número de mortes após um primeiro infarto é de 38% para as mulheres, contra 25% para os homens. As mortes súbitas, sem sintomas, por doenças do coração também ocorrem mais em mulheres (65%) do que em homens (50%).

O geriatra Paulo Camiz explica que a rotina atribulada deixa menos tempo para as mulheres cuidarem da saúde. Redução das horas de lazer, da prática de atividade física e também das horas de sono são algumas das mudanças mais destacadas. "Paralelamente a isso, notamos que os médicos não dão tanto crédito a queixas cardiovasculares quando elas partem das mulheres", afirma o especialista. Os resultados não poderiam ser mais desastrosos. O especialista recomenda atenção no trato à saúde, dedicando-se ao trabalho sem esquecer-se da saúde e do bem-estar.

6. Sedentarismo
Os homens brasileiros são mais ativos que as mulheres: 39,6% se exercitam regularmente, contra uma frequência de 22,4% entre elas. Os dados são da pesquisa Vigitel (Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico), divulgada pelo Ministério da Saúde. Outra recente pesquisa intitulada "Os Pés dos Brasileiros", feita com 26.339 pessoas, mostrou que as mulheres brasileiras são mais sedentárias que os homens. O estudo encontrou que 57,6% dos homens e apenas 38,8% das mulheres praticam algum tipo de esporte. Paulo Camiz explica que o sedentarismo é, atualmente, considerado uma doença pela Organização Mundial da Saúde e deve ser tratado como tal. "Ele é um dos principais causadores de outras doenças, como a obesidade e o diabetes" A dica é praticar ao menos 30 minutos de atividade física três vezes por semana para combater o sedentarismo e se proteger desse mal.

7. Prevenção do câncer de mama
Um estudo publicado no periódico Radiology constata que a mamografia reduz significantemente a mortalidade por câncer de mama. Chamado Swedish Two-County Trial of mammographic screening, ele foi o primeiro teste que utiliza apenas a mamografia para rastrear diminuições nas mortes por câncer de mama. O exame é um dos mais importantes para a saúde da mulher, mas, segundo a Federação Brasileira de Instituições Filantrópicas de Apoio à Saúde da Mama (FEMAMA) 31% das mulheres não fazem a mamografia com a periodicidade necessária. Outra pesquisa, realizada pela HealthStat Consulting, dos Estados Unidos, aponta que mulheres diagnosticadas com câncer a partir de um exame de mamografia costumam ter tratamento mais simples, menos chance de reincidência do problema e menor índice de mortalidade em comparação a mulheres que descobriram a doença por outros métodos de detecção.

O ginecologista Raul conta que a idade ideal de início do exame ainda é motivo de controvérsia dentro da comunidade médica. O consenso é que se deve realizar o exame de mamografia entre os 50 e 69 anos de idade preferencialmente anualmente. O rastreamento com mamografia também pode ser iniciado mais precocemente, quando a paciente tiver um parente de primeiro grau que teve a doença. Nesse caso o exame ser realizado 10 anos antes da idade do diagnóstico dessa doença no familiar.


Fonte Minha Vida

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