Eliminação da doença é o novo desafio da OMS
Decisão foi apoiada pelo Brasil na Assembleia Mundial da Saúde, realizada em Genebra, na Suíça. Brasil também apresenta avanços no cumprimento de metas da saúde definidos pela ONU
Mais uma ação prioritária para o Brasil foi aprovada na Assembleia Mundial da Saúde, realizada, nesta semana, em Genebra, na Suíça. A Organização Mundial da Saúde (OMS) acatou, nesta sexta-feira (25), resolução que determina o desenvolvimento de ações para a eliminação da esquistossomose, doença transmissível que atinge 200 milhões de pessoas no mundo.
A decisão contempla a implementação de ações de saúde – como prevenção, controle e acesso a medicamentos – em articulação com outros setores, de forma a abranger, por exemplo, saneamento básico, e conscientização e educação das populações.
O secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa, destacou a importância da resolução. "É essencial que as metas internacionais de saúde estejam alinhadas, sempre que possível, com os objetivos do Brasil. A esquistossomose está presente em 19 estados brasileiros, e é endêmica em 9. Essa é uma realidade que já estamos enfrentando, e a priorização pela OMS vem para fortalecer ainda mais nossos esforços", declarou.
No Brasil, as estratégias de vigilância e controle da esquistossomose buscam reduzir a ocorrência de formas graves e óbitos e da prevalência da infecção e indicar medidas para reduzir o risco de expansão da doença. O Ministério da Saúde desenvolve várias ações preventivas, como o diagnóstico precoce e tratamento, vigilância e controle dos hospedeiros intermediários, ações de educação em saúde e recomenda intervenções em saneamento.
Só no ano passado, a vigilância da esquistossomose e geohelmintíases recebeu reforço financeiro de R$ 3,2 milhões, repassados pelo Ministério da Saúde aos municípios com prevalência acima de 10% para esquistossomose e 20% para geohelmintíases, considerados como prioritários.
Em julho deste ano, o Ministério da Saúde lança o “Plano Integrado de Eliminação da Hanseníase como Problema de Saúde Pública e enfrentamento das Doenças em Eliminação 2011-2015”, que vai promover ações também voltadas para o combate à esquistossomose e geohelmintíases no país por meio do tratamento coletivo de comunidades em áreas de risco.
DOENÇAS NEGLIGENCIADAS– Durante a discussão de hoje, o Brasil sugeriu, ainda, a elaboração de uma resolução dedicada ao conjunto das doenças negligenciadas, a ser submetida em 2013, durante a próxima Assembleia Mundial da Saúde. A posição do Brasil é de que, integradas, as metas estabelecidas para as várias doenças serão atingidas com mais eficiência e efetividade.
Doenças negligenciadas são aquelas que recebem pouco financiamento e investimentos por parte da indústria de medicamentos e de outras tecnologias, devido à baixa rentabilidade de seus produtos. Exemplos são a própria esquistossomose, a doença de Chagas, a dengue e a malária. O Brasil tem dado significativo destaque a essa temática no âmbito de suas políticas.
AVANÇOS NO CUMPRIMENTO DE METAS DA ONU – Durante a assembleia, o Brasil também compartilhou seus avanços na busca de atingir os objetivos do milênio da área da saúde definidos pela Organizacão das Nações Unidas (ONU) até o ano de 2015. Os resultados superaram as expectativas em duas metas – combate à Aids, tuberculose e malária, e redução da mortalidade infantil.
O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a fornecer acesso gratuito e universal ao tratamento contra aids. Atualmente, quase 200 mil pessoas tem acesso ao antiretroviral financiado pelo governo federal. Uma forte parceria com a sociedade civil também tem sido fundamental para a resposta à epidemia no país. De acordo com a UNAIDS, a prevalência do HIV no Brasil é de cerca de 0,5%, com cerca de 600 000 pessoas infectadas.
Também foi destacado que o Brasil reduziu praticamente pela metade (47%) a mortalidade infantil na última década. Em 2000, 29,7 a cada mil crianças nascidas não completavam o primeiro ano de vida. Em 2010, o índice reduziu para 15,6/1.000.
Os dados revelam que o Brasil já alcançou os índices de redução definidos pelas metas dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio, acordo internacional, que prevê uma taxa de mortalidade infantil de 15,7/1.000 nascidos vivos no país, para 2015, além de reforçar a política social que vem sendo conduzida pelo governo.
Por Priscila Costa e Silva, da Agência Saúde – Ascom/MS
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