terça-feira, 29 de maio de 2012

Falta de tempo

Má alimentação: Prato Cheio para o câncer


Publicação: 27 de maio de 2012




Entre a hereditariedade, excesso de álcool e cigarro, uma das muitas causas que influenciam na ocorrência de câncer pode estar sendo servida na mesa de almoço e jantar. Isso mesmo. A má alimentação, como sugere a capa de revista, também se tornou fator de risco, isso porque uma dieta desequilibrada com alto consumo de gorduras saturadas e hidrogenadas, ou ainda algumas substâncias presentes nos alimentos embutidas podem vir a ocasionar a doença.
Mas a boa notícia, segundo a nutricionista do Hospital do Câncer de Muriaé (MG) – Fundação Cristiano Varella, Ana Carolina, é que por outro lado, uma dieta que enfatize maior ingestão de fibras, antioxidantes, carotenóides, vitaminas, proteínas e ainda rica em ácidos graxos ômega 3, propicia o auto controle fisiológico do organismo, além de aumentar a proliferação imunológica do mesmo.
Falta de tempo.

É esse o argumento apresentado pelas pessoas, em uma avaliação nutricional, quando questionadas a respeito das opções de alimentos no dia-a-dia. A nutricionista afirma que a correria em meio a rotina de trabalho faz com que o ato da refeição seja desvalorizado. “O que percebemos na atualidade é que as pessoas não dispõem de tempo para realizarem uma refeição completa, ou seja, com a presença de todos os tipos de nutrientes. Então se ela não observa o que come e qual a importância disso, muito menos saberá o quanto isso afetará a sua saúde, porque no final das contas se alimenta mal, se stressa, por não fazer uma pausa e ainda pode desenvolver outras doenças como hipertensão e obesidade”.
Estudos evidenciam a relação entre componentes específicos da alimentação e desenvolvimento de certos tipos de câncer, especialmente os que têm origem no sistema endócrino (mama e próstata) ou digestório (cólon e estômago). O Doutor Bob Arnot, autor do livro The BreastCancerPrevention Diet (A Dieta de Prevenção do Câncer de Mama) propõe que cerca de 35% dos óbitos provocados por câncer nos Estados Unidos estão ligados à dieta e estima que 40% da incidência do câncer nos homens e 60% nas mulheres estão associados aos hábitos alimentares.
Além disso, a preocupação se agrava a partir do momento em que além do descuido nas refeições a pessoa também faça o uso de outros produtos nocivos. De acordo com estudo divulgado pelo Núcleo de Apoio ao Paciente com Câncer – NAPACAN, em indivíduos que bebem e/ou fumam diariamente ocorre aumento em até 60% das chances de desenvolvimento de câncer quando associados à alimentação rica em gorduras, frituras ou alimentos industrializados ricos em corantes e conservantes.
Realidade infelizmente encontrada no Hospital do Câncer de Muriaé. Ana Carolina afirma que mediante investigação de casos na instituição observou-se a prevalência de pacientes que consumiram durante muitos anos uma alimentação a base de gordura de porco, em vez da vegetal e também muitos deles ingerem sódio, refrigerante, álcool e cigarro em excesso. Como se não bastasse, eles ainda diminuem, ou até mesmo excluem, o consumo de frutas e legumes em suas refeições.
A sugestão da nutricionista e principalmente do Ministério da Saúde é que a cultura da alimentação saudável seja aplicada desde a infância, uma vez que quando a obesidade e maus hábitos já estão instalados no paciente é difícil reverter.

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