Posted: 03 Mar 2013 07:46 AM PST
O método consiste na interação da luz com a célula |
Doenças sérias “se constroem” por uma longa estrada. Por exemplo, uma
mudança na cromatina – o complexo de DNA e proteínas que está dentro do
núcleo celular – é um dos primeiros sintomas após a exposição a
cancerígenos e raios ultravioleta.
Aa mudanças algumas vezes acontecem anos antes dos sintomas de um tumor.
Entretanto, enxergá-las tem sido um desafio para a medicina. Elas
acontecem em estruturas menores do que 400 nanometros, o que é menor do
que a onda de luz visível de um microscópio óptico comum.
“Quando você tem duas estruturas menores do que a onda de luz, tudo vira
um grande borrão”, comenta Vadim Backman, da Universidade Northwestern,
EUA.
Para trazer luz a esse mundo microscópico, Backman tem valorizado um
método de microscopia chamado de espectoscropia de onda parcial.
O método consiste na interação da luz com a célula. Quando o raio viaja
por ela, ele reflete diferentes estruturas de acordo com a densidade. A
estampa gerada com a luz refletida é usada para reconstruir os detalhes
do interior celular. “É quase como ter um gato em uma caixa escura. Ao
invés de fazer um raio-X, você ouve o miado e sabe que é o gato”,
comenta Backman.
A espectoscropia é uma das muitas técnicas para estudar células em
escala nano. É particularmente boa em detectar mudanças na densidade de
complexos como a cromatina. Até agora, Backaman usou-a para mostrar que
células aparentemente saudáveis do pulmão, cólon, pâncreas, ovário e
esôfago, que na realidade são cancerígenas, têm cromatinas com
densidades anormais.
E tem mais. Essas alterações são relativamente fáceis de detectar porque
ocorrem também em células normais. Por exemplo, Backaman usou o método
para identificar quais de 135 fumantes tinham câncer de pulmão
analisando células do interior da bochecha. Similarmente, ele descobriu
que as do reto podem identificar os com câncer de cólon, e as da
cervical, mulheres com câncer de ovário.
“É um método muito criativo e promissor”, comenta Igor Sokolov, da
Universidade de Potsdam, em Nova York. Ele está usando outra técnica de
nano-escala chamada de microscopia de força atômica para encontrar
diferenças entre céluas normais e cancerígenas da cervical. “Qualquer
coisa que ofereça novas informações sobre a estrutura celular em escala
nano pode ser vantajoso para o diagnóstico e compreensão de doenças”.
A esperança é que a espectoscropia possa ser usada para encontrar sinais
primários de câncer na população. Backman também possui evidências de
que o método pode ser usado para diagnosticar doenças autoimunes e
investigar as mudanças nas células que causam Alzheimer.
Pequenas mudanças na estrutura celular podem fazer grandes estragos na
saúde. Outro caso é de pesquisadores que estão estudando como a luz se
dispersa nos glóbulos vermelhos para diagnosticar doenças como malária,
anemia e anisocitose, que apresentam mudanças nessas células.
Essa técnica mede a intensidade com que a luz dispersa ao redor da
célula, e compara com a distância que a luz viajou dentro dela, para
detectar pequenas ondulações na superfície celular. Células deformadas
emitem uma estranha sombra vermelha, que pode ser vista pelo
microscópio. As sombras vermelhas dizem a gravidade da doença.
Fonte Hypescience
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