Posted: 21 May 2013 05:24 AM PDT
Foto: UN Photo/Tim McKulka Instituições de saúde globais devem começar a lidar com as normas sociais e os interesses comerciais que levam os homens a assumir riscos para sua saúde |
Os homens experimentam uma maior carga de doença e menor expectativa de
vida do que as mulheres, mas as políticas de saúde com foco nas
necessidades dos homens são notavelmente ausentes entre as estratégias
das organizações de saúde globais, de acordo com um artigo publicado na revista The Lancet.
O artigo reinterpreta os dados do estudo Global Burden of Disease: 2010
que mostra que todas as dez principais causas de morte prematura e
incapacidade e os dez principais fatores de risco comportamentais que
conduzem as taxas de problemas de saúde em todo o mundo, afetam mais os
homens do que as mulheres.
Em cada região do mundo, homens morrem em uma idade mais jovem do que as
mulheres e os menores declínios nas taxas de mortalidade globais ao
longo dos últimos 40 anos tem sido experimentado por jovens com idades
entre 25 e 39 anos.
O artigo, escrito pela pesquisadora Sarah Hawkes do University College
London Institute for Global Health e por Kent Buse da UNAIDS, analisou
as respostas das principais instituições de saúde globais e descobriu
que os esforços e recursos estão focados mais frequentemente em
necessidades de saúde das mulheres.
Os autores argumentam que as instituições de saúde globais devem começar
a lidar com as normas sociais e os interesses comerciais que levam os
homens a assumir riscos para sua saúde.
"O consumo de álcool e tabagismo, em particular, estão sujeitos a
pressões sociais que resultaram em homens correndo globalmente três
vezes mais risco de contrair doenças devido a esses comportamentos em
relação às mulheres. Estas normas e costumes são claramente perpetuadas
por todos nós, e exploradas por interesses comerciais", afirma Hawkes.
Segundo Hawkes, a comunidade global de saúde tem feito progressos reais
em reconhecer e tratar o sexo inseguro, agora devemos fazer o mesmo para
o ' gênero inseguro' .
"Nós reconhecemos que as mulheres estão em desvantagem em muitas
sociedades e consideramos o avanço das mulheres central para o
desenvolvimento sustentável, mas isso não implica que a comunidade
internacional não tenha responsabilidade de promover e proteger a saúde
dos homens também", destaca Hawkes.
De acordo com Buse, a comunidade global de saúde está tendo uma visão
míope. Os fatores que desencadeiam problemas de saúde nos homens são os
mesmos emergentes das doenças nas mulheres. "É o momento de os decisores
políticos confrontarem o gênero na saúde global e enfrentarem os
interesses que se interpõem entre nós e a boa saúde para todos".
Fonte isaude.net
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