terça-feira, 8 de novembro de 2011

MAL DE PARKINSON

Brasil vai produzir remédio

Publicado em 7 de novembro de 2011

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A doença afeta quase 200 mil pessoas no Brasil, acima de 60 anos de idade
CID BARBOSA

A partir de 2015, a Fiocruz passa a responder por 50% do Pramipexol produzido e consumido no País

São Paulo. O Brasil vai passar a produzir, dentro de cinco anos, toda a quantidade do medicamento Pramipexol necessária para o tratamento do mal de Parkinson no país.

A previsão é de um acordo assinado na quinta-feira, no Rio de Janeiro, entre o laboratório alemão Boehringer Ingelheim e a Farmanguinhos, da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), que deu início à transferência da tecnologia para a produção do remédio. Pelo acordo, a partir de 2015, a Fiocruz passa a responder por 50% do Pramipexol produzido e consumido no País. Em 2017, toda a produção do medicamento consumido pelos brasileiros será nacional.

"O Pramipexol é, hoje, o principal tratamento (para o mal de Parkison) e, para nós, do ponto de vista da produção, tem ainda uma atração tecnológica: com nosso aprendizado, essa tecnologia vai permitir que Farmanguinhos incorpore outros medicamentos relacionados aos males do sistema nervoso central no futuro", explicou o diretor do laboratório, Hayne Felipe da Silva. "Tem o lado da soberania do país, enquanto fornecedor de um medicamento importante. E também possibilita a ampliação de acesso porque você reduz custo. A parceria permitirá uma redução de aproximadamente 5% do valor despendido hoje pelo Ministério da Saúde, que poderá ampliar o acesso", acrescentou Silva.

Gasto anual

Anualmente, são gastos cerca de R$ 40 milhões na aquisição desse remédio no mercado internacional para a distribuição em toda a rede pública de saúde brasileira. O mal de Parkinson afeta quase 200 mil brasileiros com mais de 60 anos, segundo estimativas da Associação Brasil Parkinson.

O medicamento age como a dopamina (neurotransmissor cuja produção decai no doente de Parkinson pela morte dos neurônios que o produzem) e vem apresentando bons resultados, segundo especialistas, tanto na fase avançada, associado a outras substâncias, quanto na fase inicial do tratamento, protegendo o cérebro contra algumas complicações tardias do tratamento com levodopa ou retardando o aparecimento dessas complicações.

O mal de Parkinson é uma doença degenerativa, crônica e progressiva, que atinge, principalmente, a população idosa, provocando tremor, rigidez muscular, diminuição da velocidade dos movimentos e afetando o equilíbrio físico do doente. A doença também pode provocar problemas de sono, depressão e dificuldades da fala.

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