quinta-feira, 1 de março de 2012

Ação das vacinas prejudicadas

Paracetamol pode prejudicar a ação das vacinas no organismo das crianças


Secretaria de Saúde de São Paulo reforça resultados de um estudo que revela que a cobertura da vacina pode ser menor quando esse tipo de antitérmico é usado como prevenção de febre após vacinação


Ana Paula Pontes


Shutterstock

Quantas vezes você levou seu filho para vacinar e ficou tentada a dar algumas gotinhas de antitérmico para que ele não tivesse febre depois? Cuidado. Essa atitude pode atrapalhar a resposta imunológica do organismo em relação à vacina. Em outubro, CRESCER adiantou os resultados de uma pesquisa que mostrava os efeitos do uso do remédio depois da vacinação. Agora, a Secretaria de Estado da Saúde de Sãp Paulo reforça o alerta para os pais.

Para chegar a esses resultados, cientistas checos analisaram o ingrediente ativo acetaminofeno, presente no paracetamol (um tipo de antitérmico), e a reação que ele causa no organismo quando é dado para a criança logo após a vacinação para prevenir uma eventual febre.

A pesquisa, publicada na revista científica The Lancet, e financiada pela GlaxoSmithKline Biologicals (Bélgica), analisou 459 bebês saudáveis. Desses, 226 receberam três doses profiláticas (ou seja, antes do sintoma da febre aparecer) de paracetamol a cada 6 ou 8 horas após receber a vacinação. Os resultados mostraram que, no grupo que recebeu a dose do remédio, a concentração de anticorpos foi mais baixa se comparada com aqueles que não tomaram paracetamol.

Para Marco Aurélio Sáfadi, pediatra e infectologista do Hospital Albert Eisntein(SP) e membro da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), esse pode ser um indicativo de que a proteção da vacina é menor quando a criança toma o remédio antes mesmo de apresentar febre. “A indicação do medicamento quando a criança apresenta o sintoma é segura porque a resposta imune da vacina já começou e não haverá interferência”, diz. Ele alerta os pais para que a prática de dar esse tipo de antitérmico como prevenção seja abolida e, como qualquer medicamento, só ser oferecido à criança com indicação do pediatra.

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