01/03/2012 - 19h12m
Samuel Nunes
Repórter
Reunidos na noite da última quarta-feira, 29, na sede do Sindicato da Saúde, Agentes de Combate a Endemias e Agentes Comunitários de Saúde decidiram suspender a Operação Tartaruga que se iniciou no dia 08 de fevereiro. A mobilização consistiu na redução de residências visitadas pelos agentes de 30 para cinco, isto como forma de movimento chamar a atenção da sociedade e principalmente do poder público municipal para suas reivindicações: melhoria salarial e condições dignas de trabalho.
Líderes do movimento destacaram a mobilização dos agentes de saúde e esperam por valorização da classe por parte do poder público municipal
Os trabalhadores demonstraram à população e aos gestores a insatisfação com os péssimos salários e reforçaram as reivindicações por, sobretudo, salário de R$ 750,00 e pelo desconto em folha da contribuição sindical dos filiados.
O diretor administrativo do Núcleo Regional do Sind-Saúde Montes Claros, Reginaldo Silva, afirma que depois do movimento que ele considerou altamente positivo, as negociações foram reabertas com a administração municipal. Segundo ele a questão salarial e mais, melhores condições de trabalho como, por exemplo, o fim do assédio moral são alguns dos itens da pauta que será discutida com a administração municipal mais precisamente com os secretário de governo Pedro Narciso e da fazenda Elias Siuf em reunião marcada para o próximo dia 12 de março no gabinete do prefeito.
- Neste mesmo dia estaremos reunidos em assembléia com a nossa categoria às 18h, em local a ser definido. O objetivo deste encontro é para apresentarmos e avaliarmos uma possível proposta por parte do governo municipal, conta.
Documento
A diretora do Sindicato da Saúde, Ediné Silva Soares, destacou a organização do movimento e disse que isto foi possível graças a mobilização em torno de uma causa que é a valorização destes profissionais de saúde. Salienta que o governo inicialmente não queria negociar, e fez uma exigência de que o movimento Operação Tartaruga fosse suspenso para que fosse reaberta a negociação, o que aconteceu. Em contrapartida segundo ela, os líderes do movimento exigiram dos secretários municipais que fosse enviado para os organizadores do movimento, um documento formalizando o inicio da negociação. O que foi enviado na tarde da última quarta-feira.
O diretor estadual da CUT e do Sind-Saúde, Reginaldo Tomáz de Jesus também destacou a relevância do movimento que reduziu o número de residências visitadas diariamente pelos agentes. Segundo ele os pontos considerados emergenciais que serão discutidos com o governo municipal são os seguintes: piso nacional de R$ 750,00 para os trabalhadores, negociação em relação ao desconto dos 15 dias em que foi reduzido o número de casas visitadas, realização de um seminário para discussão do assédio moral, instalação de uma mesa de discussão permanente com a administração municipal, readaptação do trabalhador, exame periódico de diagnóstico quanto ao grau de contaminação isto em decorrência do manuseio de remédios pelos agentes e adicional de produtividade de 20% do piso do agente.
Reginaldo Tomáz parabenizou os agentes que estão, durante todo esse processo, enfrentando a opressão e o assédio moral dos gestores e indo às ruas lutar pelos direitos da categoria.
- Se a população está sendo assistida com os cuidados e a visita regular dos agentes, é porque esses trabalhadores optaram por ter a saúde preventiva como meta profissional, mas é impossível fazer isso se não houver salário digno e boas condições de trabalho, disse Tomáz.
Prefeitura
O Norte teve acesso à cópia do oficio enviado pela prefeitura à liderança do movimento Operação Tartaruga, abaixo síntese do documento:
- Conforme ficou acordado a prefeitura de Montes Claros de dispõe a retomar as negociações visando à discussão da pauta de reivindicações, tendo em vista que esta entidade se dispõe a retomar a normalidade das atividades da categoria, evitando qualquer procedimento que venha a causar indisposição nesses entendimentos.
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