Posted: 27 Aug 2012 01:22 AM PDT
São
Paulo – O Programa Pré-Natal do Homem, que atende parceiros sexuais de
gestantes com sífilis ou HIV e funciona desde 2007 em 45 cidades
paulistas, será ampliado para 190 municípios até 2014. A ideia é reduzir
a transmissão vertical (de mãe para filho) e atrair mais homens para
cuidarem da própria saúde ao mesmo tempo em que as parceiras fazem o
acompanhamento da gravidez.
Na primeira consulta do
pré-natal a grávida leva os resultados dos exames e o parceiro é
convidado a comparecer para um atendimento individual, no qual serão
oferecidos exames para sífilis e HIV, além de orientações sobre o risco e
a prevenção das doenças sexualmente transmissíveis (DST), as práticas
sexuais seguras e a saúde do bebê.
De acordo com Patrícia Marques,
psicóloga da Área de Prevenção do Centro de Referência e Treinamento em
DST/Aids do Estado de São Paulo, essa é uma proposta para reduzir a
transmissão da sífilis e do HIV para o bebê, pois se a mãe e o seu
parceiro (não necessariamente o pai) não fizerem o tratamento há grandes
riscos de a criança nascer com as doenças.
A sífilis congênita pode
provocar aborto, má-formação ou morte do bebê, além de sequelas como
cegueira, surdez e deficiência mental.
“Ainda temos dificuldades em
tratar o parceiro e essa é uma oportunidade para que ele faça o
tratamento ao mesmo tempo em que a gestante. Não adianta tratar depois, e
sim, quando são detectadas as doenças na gestante e nele. Também
fazemos um aconselhamento para conversar sobre outras questões de saúde
integral do homem.”
O tratamento simultâneo é
necessário porque se só a mãe tiver esse cuidado, e ao longo da gravidez
mantiver relações sexuais com o parceiro infectado, pode ser
reinfectada no caso da sífilis e ter a carga viral aumentada no caso do
HIV.
“Nesses casos pode afetar o
bebê. A mãe sempre é tratada, mas o parceiro sexual tem que ser tratado
também para não haver reinfecção da gestante”. A recomendação é que, ao
longo da gravidez, o homem faça exames pelo menos no primeiro trimestre,
podendo também repeti-los no terceiro trimestre.
Quando tanto a mãe quanto o
parceiro sexual tem o HIV, o ideal é que sempre usem preservativos
porque o vírus é mutagênico (todo agente físico, químico ou biológico
que, em contato com as células, pode causar mutação). Além disso, o
vírus da mãe pode não ser igual ao do parceiro, o que obriga cada um a
ter um esquema de tratamento.
“Se o homem não fizer o
tratamento pode agravar a saúde da mãe, justamente por essa questão de
carga viral. E se ele não estiver em tratamento, pode virar um caso de
aids porque vai aumentando a carga viral no organismo.”
De acordo com estudos, a taxa de
transmissão vertical do HIV no Brasil era 16% em 1997 e caiu para 7% em
2002. Já em São Paulo, a taxa de transmissão era 2,7% em 2006. Segundo a
secretaria estadual de Saúde, a queda está associada ao diagnóstico
precoce e à introdução da terapia antirretroviral como prevenção durante
a gestação.
Fonte Agência Brasil
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