Posted: 24 Aug 2012 01:31 AM PDT
Rio
de Janeiro - Para debater desafios e apontar soluções para o
atendimento emergencial no sistema público de saúde, representantes dos
conselhos de Medicina de sete estados estarão desde ontem (23) e hoje
(24) no Fórum Sul-Sudeste sobre Urgência e Emergência, promovido pelo
Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj).
Segundo o vice-presidente do
Conselho Federal de Medicina (CFM), Aloísio Tibiriçá, o atendimento de
emergência é um dos principais problemas do sistema de saúde do Brasil.
“Quando o paciente mais necessita de atendimento, encontra muitas
dificuldades. São problemas estruturais que existem nos hospitais: falta
de médicos, desde clínicos gerais, pediatras, até especialistas nas
equipes”.
Tibiriçá disse ainda que o
número de médicos por paciente atualmente é aleatório. Ele defende um
número determinado de médicos, dependendo do setor e da gravidade dos
pacientes. Segundo o vice-presidente do CFM, o fórum também vai discutir
a questão das vagas nas emergências.
“Estamos discutindo esse
conceito, chamado de vaga zero na emergência, que gera muitos conflitos
na porta dos hospitais. Emergência tem vaga? Se é emergência você tem
que atender de qualquer maneira, porque o doente está muitas vezes em
situação de risco, é uma coisa vital”, disse.
De acordo com Tibiriçá, o Brasil
tem hoje a metade do número de leitos por mil habitantes do que tem a
Espanha, por exemplo, com impactado muito no atendimento. “Nós vemos uma
carência de profissionais nas unidades. Sabemos que é pela sobrecarga
de trabalho, pela desorganização do setor, pela superlotação e pelo
baixo salário. Você não tem médico para atender as pessoas, hoje, nas
emergências em larga escala”.
Uma outra dificuldade apontada
pelo especialista é a falta de articulação entre os hospitais. Segundo
ele, uma unidade não se comunica adequadamente com as outras. “Hoje,
muitas vezes, o que acontece é que todos os pacientes ficam juntos,
amontoados na mesma sala, no mesmo local. Se eu preciso transferir, por
exemplo, um paciente de uma UPA [Unidade de Pronto-Atendimento] para um
hospital. Então eu preciso ter essa rede azeitada, funcionando
adequadamente. Isto ainda é um desafio”, disse Tibiriçá.
Fonte Agência Brasil
Nenhum comentário:
Postar um comentário