Para diretor do Unaids, “Exemplo brasileiro possibilitou expansão do tratamento da aids em outros países”
O fim da aids está relacionado à expansão do acesso ao tratamento em larga escala. É o que afirma o diretor do escritório executivo do Programa Conjunto das Nações Unidas para o HIV e Aids (UNAIDS), Luiz Antônio Loures, que está em São Paulo para participar de debates dos Congressos e Fóruns Brasileiros e Latino-Americanos e do Caribe de Prevenção às DST, Aids e Hepatites Virais.Segundo ele, o programa brasileiro de aids, hepatites virais e DST segue sendo um exemplo de resposta à aids, em nível não só regional (América Latina), mas também mundial. “É preciso fazer uma recuperação histórica do papel que o programa brasileiro teve para levar a resposta mundial até onde ela está hoje. Pela primeira vez, há um mês, na Conferência Internacional de Washington, o mundo começou a falar sobre o fim da aids, que hoje pode ser uma realidade em um futuro que nós podemos começar a ver, a vislumbrar”, diz.
Loures afirma que o primeiro país do mundo a desenvolver e a expandir o acesso ao tratamento no Hemisfério Sul foi o Brasil. “O Brasil foi o primeiro país em desenvolvimento a levantar essa bandeira. E foi o exemplo brasileiro que possibilitou que o tratamento na África, na Ásia e em outros países em desenvolvimento fosse expandido. Hoje, essa é uma realidade global que nos permite, mais uma vez, falar sobre o fim da aids”, destaca.
O programa do Ministério da Saúde permite, de acordo com o representante do Unaids, entrar em uma nova fase de pesquisas para encontrar uma resposta à aids. “E nessa nova fase nós temos que abrir também um novo debate: quais são as prioridades, as direções que vão nos possibilitar partir do ponto que estamos e chegar eventualmente ao fim da doença. Esse debate tem que ser feito em qualquer país. Nada melhor do que começar um debate intenso nesse sentido dentro do Brasil, que é exatamente o País que possibilitou que nós chegássemos aonde nós estamos hoje”, enfatiza.
Para Loures, o Congresso de Prevenção de São Paulo pode ser o momento ideal para qualificar os debates sobre o fim da aids para todos. “Mesmo na América Latina, onde existem os mais altos índices de acesso a tratamento, ele ainda não é para todo mundo. Na maior parte do continente é muito difícil para o homossexual masculino, o usuário de drogas, a trabalhadora sexual, ter acesso ao tratamento. E o fim da aids tem que ser para eles também. Por isso esperamos que os debates nesse congresso e, principalmente, a experiência brasileira, nos ajudem a caminhar para o fim. Que o fim da aids seja para todos e não deixe ninguém para trás”, ressalta o diretor.
O UNAIDS é o programa das Nações Unidas, criado em 1996, com a função de criar soluções e ajudar nações no combate à aids. Seu objetivo é alcançar o acesso universal à prevenção, tratamento e cuidados relacionados ao vírus HIV. O UNAIDS mantém representação no Brasil desde o ano 2000, em Brasília.
Mônica Plaza / Blog da Saúde
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