Debater saúde sexual nas escolas é fundamental para combater o vírus HIV
“Educação e saúde sexual e reprodutiva nas escolas: avanços e perspectivas”. Esse foi o tema do fórum da tarde desta terça-feira do IX Congresso Brasileiro de Prevenção das DST e Aids, do II Congresso Brasileiro de Prevenção das Hepatites Virais, do VI Fórum Latino-americano e do Caribe em HIV/Aids e DST e do V Fórum Comunitário, que acontecem até o próximo dia 31 no Centro de Convenções do Anhembi, em São Paulo (SP). O evento debateu os avanços da saúde e da educação no que se refere às políticas públicas direcionadas aos jovens com relação à prevenção das Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), aids e hepatites virais.Para a coordenadora da Saúde do Adolescente do Ministério da Saúde, Teresa de Lamare, a educação sexual é um tema muito carregado de tabus e preconceitos. “Nós, adultos, precisamos enxergar o adolescente como um sujeito de direito, que precisa ser orientado e informado sobre o que está acontecendo com ele, com o corpo dele”, disse. Por isso, ela considera que a articulação dos Ministérios da Saúde e da Educação para criar o programa Saúde na Escola foi pioneira e fundamental para trabalhar a questão da saúde sexual nas escolas.
“Nós estamos com o programa e o projeto Saúde e Prevenção nas Escolas em mais da metade dos municípios. E essa articulação entre saúde e escola é muito importante para que os profissionais da educação possam, cada vez mais, olhar para essa população de uma maneira mais positiva, compreendendo que a sexualidade faz parte do ser humano. A escola é um espaço cheio de significados para essa população do ponto de vista das suas relações afetivas e sexuais. Então, é importante termos esses congressos para ratificar e mostrar que estamos no caminho certo, sem esquecer a necessidade de avançarmos cada vez mais”, destacou a coordenadora.
Uma das ações do Saúde na Escola é a distribuição de camisinhas, feita em quase dez mil escolas. “Além disso, disponibiliza um espaço com profissionais da área da educação para conversar com os adolescentes. E esse profissional faz a articulação da escola com a Unidade Básica de Saúde (UBS), pois se o menino ou a menina relatar algum problema, aí o profissional pode encaminhá-lo para uma UBS. Isso é importante para que o adolescente tenha a porta aberta, e não tenha nenhuma burocracia para ter acesso a esses serviços”, explicou Teresa.
O coordenador da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens que vivem com HIV/Aids, José Rayan, disse que as discussões sobre o assunto são fundamentais para estabilizar o número de casos de infectados pelo vírus HIV. “Alguns dados mostram que a epidemia está se estabilizando, mas precisamos nos preocupar, cada vez mais, com a juventude. E esse tema é importante no que diz respeito à promoção dos direitos humanos, à saúde e à prevenção. Precisamos entrar muito forte nas escolas. Mas a escola não é o único espaço onde os jovens estão. Por isso, precisamos trabalhar também com a família”, disse.
O Programa Saúde na Escola (PSE) foi lançado em setembro de 2008 e tem o objetivo de reforçar a prevenção à saúde dos alunos brasileiros e construir uma cultura de paz nas escolas.
Mônica Plaza / Blog da Saúde
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