terça-feira, 22 de novembro de 2011

Afro XXI: estratégias contra o racismo

19/11/2011 - Afro XXI: mais de 2 mil pessoas debatem estratégias contra o racismo e aplaudem ministra da Seppir

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luizabairros_funag(Terra/Jornal da Band/A Tarde/Portal Geledés/Vermelho/Funag) O reconhecimento dos avanços no combate ao racismo e a necessidade de ampliar ainda mais as conquistas dos últimos dez anos fizeram parte dos debates no Encontro Ibero-Americano do Ano Internacional dos Afrodescendentes, Afro XXI, evento que reuniu chefes de Estados, ministros, diplomatas, ativistas e artistas de 16 a 19 de novembro em Salvador. O principal objetivo do encontro foi debater estratégias para o avanço da igualdade e o fortalecimento da causa antirracista.


A ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), ressaltou a ampla representação da diáspora africana no Encontro: “O Afro XXI tem a ver com o processo de Durban e da 3ª Conferência Mundial contra o racismo. O que deve animar os nossos debates é o fato de que hoje fazemos o enfrentamento ao racismo em um ambiente social democrático, que foi modificado pela força da nossa própria luta. É muito importante conviver em um ambiente em que nós mesmos ajudamos a modificar”, acrescentou.

O Encontro teve a presença de quatro presidentes e altos representantes de 16 países latino-americanos e africanos. Entre as autoridades estavam a presidenta Dilma Rousseff; o presidente uruguaio José Mujica; o da Guiné, Alpha Condé, do Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca; e o primeiro-ministro de São Vicente e Granadinas, Ralph Gonsalves. Saiba mais: http://www.funag.gov.br/afro21/

Reconhecimento à ministra e ao trabalho da Seppir
"Era a abertura do Encontro Iberoamericano do Ano Internacional dos Afrodescendentes realizando-se em Salvador, Bahia. No grande auditório, mais de duas mil pessoas, negr@s principalmente, mas também branc@s e indígenas. (...) a Ministra Luiza Bairros foi aplaudida de pé durante longos minutos por todas e todos. Eram mais de duas mil pessoas ovacionando a dirigente da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial antes mesmo que ela pronunciasse seu discurso. Uma recepção calorosa que dizia muito: era o reconhecimento de seus esforços frente à Seppir. Era também, e fundamentalmente, um forte recado, expresso em alto e bom som, para que a presidenta Dilma e algumas vozes descontentes da base do governo ouvissem: o Movimento negro brasileiro e seus aliados nos países ibero-americanos não estão dispostos a abrir mão da Seppir e tampouco de sua dirigente." - Menin@s, eu (não) vi! por Jurema Werneck (Portal Geledés - 21/11/2011)

Para a deputada Epsy Alejandra Campell Barr, representante da Costa Rica, é inaceitável que ainda exista, por parte dos Estados, bloqueios à criação de variáveis que possam possibilitar às pessoas perceber as desigualdades sociais. “A implementação da Seppir, que considero uma conquista do movimento negro, é um avanço não apenas para o Brasil, mas para toda a região”, afirmou.

A homenagem à ministra Luiza Bairros não passou despercebida ao governador da Bahia, Jacques Wagner. Ele afirmou que irá transmitir à presidenta Dilma Rouseff a reação efusiva do público, o que na opinião dele é uma declaração pública de apoio à manutenção da Seppir.

"A pobreza no Brasil tem a face negra, feminina e muitas vezes infantil. Resgatar essas povoações é um objetivo essencial de meu Governo", afirmou a presidenta Dilma Rousseff em seu discurso no Encontro, quando defendeu a aplicação de medidas inclusivas e de redistribuição da riqueza. Leia mais: 19/11/2011 - Dilma diz que, no Brasil, 'a pobreza tem duas faces: negra e feminina'

Declaração e Carta de Salvador
Como resultado do Encontro foram elaborados dois documentos, a Declaração e a Carta de Salvador, que contêm uma série de reivindicações e medidas para o enfrentamento do racismo e a preservação da herança cultural africana.

A Declaração de Salvador foi assinada pelos cinco chefes de Estado presentes e pelos delegados de outros 11 países que enviaram representantes à reunião. Dentre os destaques do documento estão a criação de um fundo internacional para ações de reparação aos afrodescendentes e combate ao racismo, além de instituir a cidade de Salvador como a Capital Afrodescendente da Ibero-América.

A Carta de Salvador sintetiza os debates e as demandas da sociedade civil organizada durante o Afro XXI.

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