28/06/2013
Treinamento em compaixão funciona de fato
Redação do Diário da SaúdeO treinamento da compaixão foi comparada a um grupo controle que aprendeu a reavaliação cognitiva, uma técnica onde as pessoas aprendem a reformular seus pensamentos para sentir-se menos negativos. [Imagem: byheaven / Fotolia] |
Assim, a compaixão, o estado emocional de cuidar e querer bem a outras pessoas, sensibilizando-se com seu sofrimento, tem sido assunto quase exclusivo das religiões.
Mas um novo estudo mostrou que adultos podem ser treinados para se tornarem mais compassivos, efetivamente se importando e cuidando melhor dos outros.
"A nossa questão fundamental foi: 'Adultos podem aprender e ser treinados em compaixão? Podemos nos tornar mais compassivos se praticarmos essa forma de pensar? Nossas evidências apontam que sim," resume Helen Weng, do Centro de Investigação de Mentes Saudáveis da Universidade de Wisconsin-Madison (EUA).
Aprendendo a ter compaixão
No estudo, os pesquisadores treinaram voluntários em meditação da compaixão, uma técnica budista para reforçar os sentimentos de cuidado em relação a pessoas que estão sofrendo.
Na meditação, os participantes imaginavam um momento em que alguém sofria, e então desejavam que seu sofrimento foi aliviado, com frases como: "Que você possa estar livre do sofrimento. Que você possa ter alegria e bem-estar."
Os participantes praticaram a compaixão para diferentes categorias de pessoas, por um ente querido, um amigo ou membro da família, consigo mesmos, por um estranho e, finalmente, por alguém com quem tivessem um conflito, uma assim chamada "pessoa difícil", como um colega de trabalho problemático ou companheiro de quarto.
O treinamento da compaixão foi comparada a um grupo controle que aprendeu a reavaliação cognitiva, uma técnica onde as pessoas aprendem a reformular seus pensamentos para sentir-se menos negativos.
O verdadeiro teste para ver se o treinamento da compaixão realmente funcionava foi feito em duas etapas: em uma disputa onde os participantes deviam dar dinheiro para outras pessoas em dificuldades, e por exames de ressonância magnética, para ver como o cérebro dos diferentes participantes reagia a cenas de sofrimento de outros.
"Nós descobrimos que as pessoas treinadas em compaixão eram mais propensas a gastar seu próprio dinheiro de forma altruísta para ajudar alguém que foi tratado injustamente do que aqueles que foram treinados em reavaliação cognitiva", disse Weng.
Mente e cérebro
A medição da atividade do cérebro - feita desde o início até o final do treinamento - revelou que as pessoas mais altruístas apresentaram o maior número de mudanças no cérebro ao ver o sofrimento humano.
Constatou-se, nas pessoas que se tornaram mais compassivas pelo treinamento, um aumento nas atividades do córtex parietal inferior, uma região envolvida na empatia e na compreensão dos outros.
O treinamento em compaixão também aumentou a atividade no córtex pré-frontal dorsolateral e na intensidade de sua comunicação com o núcleo accumbens - regiões do cérebro envolvidas na regulação da empatia e das emoções positivas.
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