Conheça os sintomas da angina e do infarto e previna-se
Dores no peito diante de esforço físico são um dos sinais das doenças
Hoje falarei sobre infarto
e angina. O coração recebe sangue por meio das veias e bombeia de volta
para o corpo e pulmões pelas artérias. Mas o músculo do coração,
o miocárdio, não consegue aproveitar o sangue que recebe do corpo para
sua nutrição. Uma pequena parte do sangue oxigenado que o ventrículo
bombeia para o corpo vai para as artérias coronárias, que caminham por
cima do miocárdio e o alimentam. Então, a nutrição do miocárdio depende
do sangue que flui por meio das artérias coronárias. Se existe algum
estreitamento nas coronárias, o fluxo de sangue que alimenta o miocárdio
diminui. O paciente sente mais essa deficiência de sangue (e, quando
falamos de sangue, falamos do oxigênio que é carregado no sangue) quando
mais ele precisa: quando faz esforço ou quando o coração acelera.
As coronárias acumulam gordura em
placas, que se aglomeram ao longo da vida. Apesar de muitos dos
mecanismos não serem conhecidos e do papel da herança genética ainda ser
subvalorizado, sabemos que dieta, sedentarismo e algumas doenças mal
controladas, como hipertensão e diabetes, favorecem a formação e crescimento destas placas.
Essa dor no peito, geralmente mal delimitada, que piora com esforço e melhora com repouso, duração curta, pode ser angina.
A
artéria com placas não consegue dilatar e permitir passagem de oxigênio
quando o músculo mais precisa, levando ao sofrimento do músculo e dor
no peito. Como várias terminações nervosas que se entrelaçam e se
misturam trazem a sensação de dor do coração para o cérebro, essa dor
cardíaca pode ser sentida desde a mandíbula até o umbigo. Pode simular
dor no estômago, dor nas costas - ou nenhuma dor, se manifestando apenas
como falta de ar (dispneia).
Essa dor no peito, geralmente mal
delimitada, que piora com esforço e melhora com repouso, duração curta,
pode ser angina. A angina é a dor no peito pelo sofrimento do músculo
que não consegue "respirar". A placa pode ser estável, e o paciente
apresentar a dor sempre após executar o mesmo nível de esforço.
Infarto
A
angina pode modificar suas características, apresentando piora
progressiva cada vez com mesmos esforços - o que significa que cada vez
menos sangue passa pela coronária doente. Ou a placa pode romper de
repente, e toda gordura e células mortas caem na circulação, gerando
atividade inflamatória local, aglomeração de plaquetas e fibrina e
oclusão total e sofrimento grave do músculo (que não recebe sangue
nenhum). A isso chamamos infarto, que apresenta dor semelhante à da
angina, mas que não melhora, geralmente associada a sintomas de sudorese
fria, insuficiência cardíaca aguda e até morte.
O papel do médico é buscar avaliar o
mais cedo possível o risco de vida e de complicações graves. O papel do
paciente é buscar informação o mais rápido possível em caso de
sintomas, antes que complicações graves e às vezes não reversíveis se
instalem. A estratificação de risco envolve história clinica e exame
físico, e eventualmente exames complementares. Em caso de um primeiro
episódio de dor, uma visita ao pronto socorro se faz necessária. Lá, o
risco de vida iminente será avaliado, e se necessário, a internação
hospitalar vai proteger o paciente do risco maior.
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