OMS calcula que 35% das mulheres já sofreram violência
Gabriela Vieira
em São Paulo
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A Organização classificou as agressões contra as mulheres como um problema de saúde pública: "a violência contra as mulheres é um problema de saúde mundial de proporções epidêmicas", afirmou Margaret Chan, diretora geral da OMS.
Ainda de acordo com o levantamento, o primeiro de dados globais sobre a violência contra mulher, a forma mais comum de agressão é a doméstica: em 30% dos casos, a violência partiu do companheiro. Segundo os dados, 38% dos assassinatos cometidos contra mulheres foram executados pelos seus parceiros. Em todo o mundo, 42% das mulheres que sofreram violência doméstica apresentam sequelas físicas ou mentais.
Sequelas
O estudo detalha ainda os impactos das agressões na saúde física e mental das mulheres. Além das lesões físicas e dos casos de morte (consequências mais comuns da violência doméstica), as mulheres que foram vítimas de agressões apresentaram como sequelas: depressão, dependência alcoólica; contração de doenças sexualmente transmissíveis, gravidez não desejada, problemas na gestação e aborto.
Nas mulheres violentadas pelos próprios parceiros, as probabilidades de depressão ou do aborto são duas vezes maiores em relação às mulheres que não passaram pelo trauma. Entre as mulheres que sofreram violência física ou sexual fora de casa, as chances de desenvolvimento de depressão são 2,6 vezes maiores e é 2,3 vezes mais provável que essas mulheres desenvolvam transtornos pelo uso de bebidas alcoólicas.
Brasil
A África é a região com a maior ocorrência de violência contra a mulher: 45,6% da população feminina com mais de 15 anos já sofreu algum tipo de agressão. No continente Americano, o problema atinge 36,1% das mulheres.
O estudo da OMS não faz um corte por países, mas de acordo com dados de 2011 da Secretaria de Políticas para as Mulheres - órgão ligado ao governo federal - o Brasil está acima da taxa de violência mundial. Os números nacionais apontam que quatro em cada dez brasileiras já foram vítimas de violência. No País, os dados levam em conta apenas os registros de violência doméstica, o que pode tornar o índice de violência ainda maior.
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