14/06/2013
Medicamentos que só podem ser vendidos com receita médica desempenham o principal papel no cuidado terapêutico dos pacientes.
No entanto, esses mesmos medicamentos podem ter efeitos adversos sobre a saúde do paciente - são os chamados efeitos colaterais indesejáveis.
Vários estudos têm mostrado que as informações fornecidas aos médicos pelos representantes das empresas farmacêuticas - aqueles sujeitos com pastas que passam na sua frente na hora da consulta - influenciam fortemente a decisão dos médicos em receitar uma droga.
O problema é que, na maior parte das vezes, os médicos não recebem informações sobre os efeitos colaterais desses remédios.
É por isso que especialistas vêm defendendo a quebra da relação entre os médicos e a indústria farmacêutica.
A fim de saber mais sobre o assunto, uma equipe internacional realizou um estudo aprofundado sobre a qualidade das informações passadas aos médicos pelos representantes das empresas farmacêuticas.
Foram selecionados quatro locais para a pesquisa: Vancouver e Montreal, no Canadá, Sacramento, nos EUA, e Toulouse, na França. Os médicos participantes foram selecionados por sorteio.
Após cada visita do representante de vendas, os médicos preencheram um questionário sobre como os representantes de vendas promoveram os novos medicamentos: informações (benefícios e riscos) sobre cada produto promovido, distribuição de amostras grátis e convites para eventos.
Informações parciais
Os pesquisadores relataram que as informações dadas pelos representantes farmacêuticos concentraram-se sobre os benefícios dos medicamentos apresentados, muito mais frequentemente do que sobre os seus riscos potenciais - a situação foi a mesma em todas as cidades.
Em mais da metade das visitas realizadas para promover as drogas (59%), o representante de vendas não mencionou quaisquer efeitos adversos. Este número subiu para 66% em Vancouver e Montreal.
Ainda mais preocupante: os resultados mostraram que efeitos colaterais sérios só foram mencionados em 6% das promoções de vendas.
Mesmo a informação dada deve ser vista com cautela, dizem os pesquisadores, já que se concentraram principalmente sobre efeitos colaterais benignos, como náuseas e diarreia.
Por outro lado, os benefícios terapêuticos em relação a outros medicamentos foram realçados em 80% dos casos.
O estudo, intitulado Pharmaceutical Sales Representatives and Patient Safety, coordenado por Barbara Mintzes, foi publicado na revista Journal of General Internal Medicine.
Médicos não têm informações suficientes sobre efeitos colaterais de remédios
Redação do Diário da SaúdeMedicamentos que só podem ser vendidos com receita médica desempenham o principal papel no cuidado terapêutico dos pacientes.
No entanto, esses mesmos medicamentos podem ter efeitos adversos sobre a saúde do paciente - são os chamados efeitos colaterais indesejáveis.
Vários estudos têm mostrado que as informações fornecidas aos médicos pelos representantes das empresas farmacêuticas - aqueles sujeitos com pastas que passam na sua frente na hora da consulta - influenciam fortemente a decisão dos médicos em receitar uma droga.
O problema é que, na maior parte das vezes, os médicos não recebem informações sobre os efeitos colaterais desses remédios.
É por isso que especialistas vêm defendendo a quebra da relação entre os médicos e a indústria farmacêutica.
A fim de saber mais sobre o assunto, uma equipe internacional realizou um estudo aprofundado sobre a qualidade das informações passadas aos médicos pelos representantes das empresas farmacêuticas.
Foram selecionados quatro locais para a pesquisa: Vancouver e Montreal, no Canadá, Sacramento, nos EUA, e Toulouse, na França. Os médicos participantes foram selecionados por sorteio.
Após cada visita do representante de vendas, os médicos preencheram um questionário sobre como os representantes de vendas promoveram os novos medicamentos: informações (benefícios e riscos) sobre cada produto promovido, distribuição de amostras grátis e convites para eventos.
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Os dados revelam uma distorção clara nas informações passadas aos médicos. [Imagem: Mintzes et al./JGIM] |
Informações parciais
Os pesquisadores relataram que as informações dadas pelos representantes farmacêuticos concentraram-se sobre os benefícios dos medicamentos apresentados, muito mais frequentemente do que sobre os seus riscos potenciais - a situação foi a mesma em todas as cidades.
Em mais da metade das visitas realizadas para promover as drogas (59%), o representante de vendas não mencionou quaisquer efeitos adversos. Este número subiu para 66% em Vancouver e Montreal.
Ainda mais preocupante: os resultados mostraram que efeitos colaterais sérios só foram mencionados em 6% das promoções de vendas.
Mesmo a informação dada deve ser vista com cautela, dizem os pesquisadores, já que se concentraram principalmente sobre efeitos colaterais benignos, como náuseas e diarreia.
Por outro lado, os benefícios terapêuticos em relação a outros medicamentos foram realçados em 80% dos casos.
O estudo, intitulado Pharmaceutical Sales Representatives and Patient Safety, coordenado por Barbara Mintzes, foi publicado na revista Journal of General Internal Medicine.
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