segunda-feira, 3 de junho de 2013

Para entender


Síndrome de Asperger: para entender um pouco mais


 Esse é um transtorno do neurodesenvolvimento, cuja exata causa é desconhecida. É  caracterizado por déficits na interação social, presença de comportamentos repetitivos, e interesses restritos. Atraso no desenvolvimento da linguagem falada, nas habilidades de coordenação visuo-espacial e habilidades mediadas pela fala, com ausência de déficit cognitivo.
 
Apesar de existirem semelhanças com o autismo, as pessoas com Síndrome de Asperger  geralmente têm elevadas habilidades cognitivas e funções de linguagem normais, se comparadas a outras desordens ao longo do espectro, porém demoram a desenvolver o uso da linguagem, e podem apresentar problemas na fala e compreensão das palavras e da linguagem.
 
Apesar de poderem ter um extremo comando da linguagem e vocabulário elaborado, estão incapacitadas de usar em contexto social e geralmente não apresentam uma inflexão adequada na voz, às vezes fala infantilizada.

Apresentam-se passivos e indiferentes. As dificuldades de socialização não remitem com o desenvolvimento.   Os déficits sociais resultam primariamente da inabilidade em considerar e conceitualizar os próprios fenômenos mentais como os das outras pessoas. Esse fato provoca uma dificuldade especial em prever e entender as intenções, sentimentos, e crenças das outras pessoas e consequentemente, dificuldades na interação social. O paciente interpreta as outras pessoas conforme seu próprio referencial. É como se as outras pessoas tivessem uma “linguagem” diferente, que o paciente não compreende.
 
Outra característica é a disfluência nas funções executivas. Esse é um grupo de atividades que permite o planejamento futuro, mudar de prioridades, e agir com propósito, apesar de distrações ou demandas competitivas. Essa inabilidade apresenta-se como inflexibilidade e dificuldades de planejamento, incluindo má aplicação do conhecimento aos problemas do cotidiano, tendência a perseverar, ou seja repetir comportamentos e palavras, dificuldades em manter-se nas tarefas e interagir com as demais pessoas. Apresenta inabilidade de entender o contexto das situações, integrar partes de um todo, entender informações, negligencia as informações não verbais.
 
As características apresentadas provocam déficits sociais resultantes primariamente da inabilidade cognitiva específica de compreender os outros como agentes intencionais, ou seja, interpretar as suas mentes em termos de conceitos teóricos de estados intencionais como crenças e desejos, particularidades qualitativas na interação social, uso de peculiaridade no comportamento não-verbal para regular a interação social.
 
O que permite a relação adequada com os outros é a capacidade que temos de compreender os estados mentais, tais como: crenças, sentimentos, desejos, esperanças e intenções. É a maneira de imaginar os sentimentos de outras pessoas ou seus pensamentos. Através dessas habilidades, podemos criar uma imagem mental de nossas próprias emoções ou sentimentos. Esta habilidade nos permite compreender que o comportamento das pessoas é causado por seus sentimentos, crenças ou intenções. Se pudemos prever alguns desses comportamentos, poderemos antecipar respostas. O que quer que se passa na mente de outras pessoas não está visível, então para ser entendido, precisa ser interpretado através das dicas de seu comportamento. Muitas dessas dicas não são explicitas.
 
Quando a pessoa não é capaz de vincular o comportamento dos outros aos seus sentimentos, não tem a capacidade de entender ou prever  suas atitudes, relacionar-se é tarefa difícil, às vezes impossível. Se o paciente não entender que alguém está triste e com raiva por alguma coisa que tenha feito, não vê sentido no comportamento dos outros ao seu redor.
 
Uma grande quantidade de conhecimento é inconsciente e vem da capacidade de perceber como os outros possam pensar ou sentir. Conhecer as emoções dos outros por interpretar corretamente sinais não verbais torna a comunicação eficaz. A falta dessas características provocam falha no desenvolvimento de relações com pares da sua idade; falta de interesse espontâneo em dividir experiências com outros; falta de reciprocidade emocional e social.
 
Uma importante deixa para a comunicação é a capacidade de perceber o nível de interesse do ouvinte á partir de sua linguagem corporal ou expressão facial.  As observações dolorosas ou rudes acontecem devido à incapacidade de prever como os seus comentários afetarão outras pessoas. Paciente apresenta um olho muito bom para obter detalhes não percebidos pelos demais, mas na maioria das vezes é incapaz de interpretar o todo. A perturbação causa prejuízo clinicamente significativo nas áreas social e ocupacional e outras áreas importantes de funcionamento.
 
A boa comunicação é baseada na empatia, a capacidade de sentir com os outros e colocar-se na sua situação. Ter essa capacidade fará interação social acontecer de modo muito mais fácil. Compreender as emoções de pessoas propicia a capacidade de prever o seu comportamento e ter uma interação social adequada. Saber o que esperar ajudará a saber como reagir à situação. Para as crianças que são incapazes de levar em consideração como os outros possam sentir, pensar ou reagir, o mundo torna-se um lugar terrível para se viver.

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