sexta-feira, 20 de abril de 2012

Descaso total - até quando??????

Mulher de 74 anos morre após esperar 50 horas por vaga em UTI de hospital de Campinas (SP)

20/04/2012 - 13h45 | do UOL Notícias
 
Fabiana Marchezi
Do UOL, em Campinas (SP)
 
Atualizado em: 20/04/2012 - 18h09

Uma mulher de 74 anos morreu na noite dessa quinta-feira (19), após esperar mais de 50 horas (mais de dois dias) por uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do Hospital Mário Gatti, em Campinas (95 km de São Paulo).
De acordo com parentes, Josefa Araújo Andrade apresentava quadro de virose, e na manhã de terça-feira (17) foi encaminhada pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) ao pronto socorro do bairro São José, onde a situação se agravou e ela permaneceu até morrer.
“Logo que ela chegou ao pronto socorro, às 10h de terça-feira, já constataram que o caso era grave e que ela precisaria ir para a UTI do Hospital Municipal Mário Gatti, mas a vaga não apareceu. Por volta das 19h de ontem, ela morreu”, disse a sobrinha de Josefa, Cássia Corrêa. 
A família foi informada na tarde de quarta-feira que a situação já estava crítica. Segundo Cássia, a médica que atendeu à sua tia disse que Josefa já tinha desenvolvido infecção generalizada por falta de equipamentos e medicação adequados ao estado dela.
A partir daí, a própria família começou a procurar por uma vaga na UTI. “Ontem a noite nós fomos pessoalmente ao Mário Gatti, mas, quando chegamos lá, fomos informados de que ela havia falecido. Se ela tivesse conseguido a vaga antes, teria grande chance de sobreviver”, disse Cássia.
O corpo de Josefa foi velado no Cemitério Parque das Aléias. O sepultamento está marcado para a tared desta sexta-feira (20).

Outro lado

O secretario municipal da Saúde, Fernando Brandão, confirmou nesta tarde que existe um “estrangulamento na oferta de vagas em hospitais de Campinas, tanto para leitos secundários, quanto para leitos de UTI”.
Segundo ele, a cidade, que tem mais de 1 milhão de habitantes, disponibiliza 62 leitos de UTI e 563 leitos secundários. O ideal seria ao menos mais 20 vagas na UTI e 80 secundárias.
Brandão lamentou a morte de Josefa e afirmou que a paciente recebeu toda a condição para manter sua vida no pronto socorro do bairro São José.
“As unidades de pronto socorro possuem aparelhos de suporte avançado, como respirador”. Para ele, o caso complicou porque Josefa já chegou em estado grave.
“Ela já chegou muito debilitada no pronto socorro, com quadro de desidratação em razão de vômito e diarreia, provocados por uma virose. No dia 19, ela teve uma insuficiência respiratória e foi entubada ali mesmo, onde veio a óbito”.
O secretário não quis responder especificamente sobre as chances de vida de Josefa, caso estivesse na UTI. Porém, admitiu que “um paciente em ambiente hospitalar ou de UTI tem mais suporte para sobreviver”.

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