Empregado que fuma perde 20% do tempo de trabalho com o cigarro
25/4/2012
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Essa
conta ia ser feita um dia. E os resultados não são bons para os
fumantes. Segundo estimativas de Marcelo Maron, Diretor Executivo do
Grupo PAR e especialista em finanças corporativas, um empregado que fuma
pode estar desperdiçando 20% do seu dia de trabalho com o vício. Se
para o empregado esse tempo longe da mesa de trabalho pode não ser
significativo, para as empresas pode significar o dado que faltava para
buscar profissionais que não fumem.
Com
o cerco da legislação antifumo, as empresas que têm fumantes em seus
quadros de funcionários podem começar a se preocupar com as questões da
produtividade desse pessoal. Hoje, com a eliminação dos fumódromos nas
empresas, os empregados que fumam precisam ir para a rua ou para
ambientes arejados. Dependendo do movimento do prédio comercial e das
distâncias envolvidas, além do tempo necessário para fumar um cigarro
apenas, o tempo médio dessa atividade não será inferior a 15 minutos de
trabalho perdidos para cada cigarro fumado:
“Vamos
supor um fumante razoavelmente controlado, que fume apenas seis
cigarros durante as 8 horas de trabalho, três pelas manhã e três à
tarde. Levando em conta a média de tempo apurada acima, esses seis
cigarros vão consumir 90 minutos de um dia de trabalho. Nada menos que
uma hora e meia de uma jornada de oito horas se esvai com o vício, o que
equivale a quase 20% do horário de trabalho”, alerta Maron.
Custos –
De acordo com o especialista em finanças corporativas, um empregado
fumante, teoricamente, renderia 20% menos do que outro que não fuma,
pois precisará se ausentar do trabalho durante um quinto de sua jornada
diária.
“Quanto
isto pode custar? Vamos imaginar um empregado com um salário de R$
3.000,00 por mês. Somando ao salário os benefícios e encargos legais,
esta remuneração chega a R$ 5.400,00 por mês. Se o empregado está
ausente quase 20% deste tempo para fumar, seu vício custa R$ 1.080,00
por mês para a empresa, ou R$ 12.960,00 por ano. Para uma empresa que
tenha 20 fumantes em seu quadro funcional, o custo anual do vício desses
empregados atingirá a casa de R$ 259.200,00. É incrível, mas a quantia
pode até ser bastante significativa em relação ao resultado do negócio”,
assinala Maron.
Para
o consultor, esses cálculos, relativamente conservadores, começam a
determinar o fato de que muitas empresas estão preterindo fumantes em
seus processos seletivos. Além disso, há uma grande pressão para que os
fumantes deixem de fumar durante o trabalho.
“Tenho
visto isso com frequência cada vez maior. Se há empate entre bagagem
acadêmica e experiência, com certeza o fumante terminará eliminado do
processo seletivo, embora muitas empresas se neguem a admitir isso”,
explica Maron.
Mas
há outra conta que joga contra o fumante: o cálculo do uso do plano de
saúde. Como as empresas arcam com custos crescentes em relação a esse
benefício, contar com muitos fumantes em seus quadros pode ser
desastroso:
“Empregados
com problemas circulatórios, cardíacos ou até mesmo de câncer elevam de
modo considerável os gastos com o plano de saúde, que já é a segunda
maior despesa de pessoal das empresas, logo após a folha de pagamento.
Nesse sentido, reduzir o número de fumantes no trabalho é um fator de
redução do custo do plano de saúde, e as empresas estão caminhando nessa
direção”, alerta Maron.
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