Brasil quer produzir células-tronco em escala comercial
A Rede Nacional de Terapia Celular pretende desenvolver tecnologia nacional para tratamentos com células-tronco.[Imagem: RNTC] |
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Tecnologia celular
O Ministério da Saúde vai investir R$ 15 milhões em terapia celular em 2012.
A maior parte do recurso - R$ 8 milhões - será voltada para concluir a estruturação de oito Centros de Terapia Celular, que ficarão responsáveis pela produção nacional de pesquisas com células-tronco.
Atualmente, grande parte dos insumos utilizados nas pesquisas com células-tronco realizadas no Brasil é importada.
"O objetivo é incentivar a independência tecnológica do País e proporcionar autonomia produtiva e know-how numa das áreas mais inovadoras da saúde", explicou o ministro Alexandre Padilha.
Os outros R$ 7 milhões serão aplicados em editais de pesquisa abertos ainda este ano.
Pesquisas com células-tronco
Com esta ação, o governo quer buscar o uso da medicina regenerativa na recuperação de pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS), em tratamentos como regeneração do coração, movimento das articulações ou tratamentos da esclerose múltipla - todos "tratamentos" ainda em fase de pesquisa.
A terapia celular ainda não é reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina brasileiro, e seu uso em pacientes só é permitido no âmbito das pesquisas clínicas.
A exceção é o uso das células-tronco derivadas da medula óssea humana, que já vêm sendo empregadas com sucesso no tratamento de pacientes com doenças hematológicas, como leucemias e anemias.
"O know-how de produção de suas próprias células-tronco, embrionárias e adultas, vai baratear as pesquisas na área e possibilitar a produção em escala para uso comercial", explicou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos Estratégicos Carlos Gadelha. "A intenção é tornar esses centros aptos a subsidiar hospitais públicos e privados na recuperação de órgãos de pacientes", afirma o secretário.
Centros de Tecnologia Celular
Os oito Centros de Tecnologia Celular estão localizados em sete municípios do país: três na Universidade de São Paulo na capital paulista (USP), um na USP de Ribeirão Preto, um na Universidade do Rio Grande do Sul, um na Pontifícia Universidade Católica do Paraná, em Curitiba, um no Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro e um no Hospital San Rafael, em Salvador.
Três deles já estão em atividade - o de Curitiba, o de Salvador e o de Ribeirão Preto -, com recursos do Ministério da Saúde. Os outros cinco estão em fase de construção.
O mais avançado é o da PUC-Paraná, que tem pesquisas concluídas, já produz células-tronco adultas e aguarda autorização da Anvisa para ampliar a produção para escala comercial.
Células-tronco para o coração e diabetes
O Centro já deu suporte a cinco pesquisas clínicas envolvendo 80 pacientes cardíacos.
O centro já começou a produzir célula-tronco para uso em cartilagem, os chamados condrócitos, e aguarda liberação do Conselho Nacional de Ética em Pesquisa (Conep) para realizar pesquisas envolvendo a regeneração de articulações de joelho e do quadril.
A USP Ribeirão Preto está desenvolvendo pesquisas na área de diabetes. No Hospital San Rafael, em Salvador, os estudos são em traumatismo de medula óssea e fígado.
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