Alimentação interfere na saúde digestiva
Especialistas lembram que bons hábitos alimentares e uma mastigação correta são decisivos para evitar incômodos digestivos
por Wander Veroni
Foto: iStock
. Segundo a
Organização Mundial de Saúde (OMS), cerca de 20% da população mundial
sofre de problemas no aparelho digestivo. Desses, cerca de 90% não
procuram um médico para ajudarem a solucionar o problema e acabam
recorrendo à automedicação ou nada fazem para solucionar o problema.
Ainda, de acordo com a
OMS, os incômodos digestivos mais comuns são o desconforto intestinal,
prisão de ventre, gastrite, refluxo, diarréia, inchaços e dores
abdominais. Além disso, a organização preconiza que o estresse e a
ansiedade são uma das maiores causas da gastrite, justamente, por
estimular o aparelho digestivo a produzir um consumo de ácido gástrico
acima do normal.
Para a médica
gastrologista Dra. Ana Flávia Passos Ramos, membro da Sociedade de
Gastroenterologia e Nutrição de Minas Gerais, a ingestão de uma dieta
equilibrada tem importante papel na melhora da saúde digestiva evitando
assim incômodos digestivos, como queimação. “Os hábitos alimentares
interferem no aparecimento desse tipo de problema. Ter uma alimentação
regular de três em três horas com a ingestão de no mínimo uma fruta,
evitar alimentos gordurosos e condimentados, além de fazer a ingestão de
água auxilia a ter uma melhor saúde digestiva”, diz a especialista que
reforça a necessidade de uma avaliação medica para identificar as causas
da queimação e o tratamento mais adequado.
O
médico cirurgião especializado no aparelho digestivo, Dr. René
Berindoague – que atua como diretor do Instituto Mineiro de Obesidade,
lembra que a mastigação é o primeiro ato da digestão dos alimentos,
contribuindo de forma significativa para uma boa digestão.
“A mastigação interfere
diretamente na maneira como os alimentos cheguem até o estômago,
funcionando como uma espécie de liquidificador, triturando os alimentos.
Por isso, quando a pessoa não mastiga corretamente ou mastiga muito
rápido, a comida chega em pedaços maiores o que dificulta o processo
digestivo”.
O médico alerta também
sobre a ingestão de líquidos durante a alimentação. “O ideal é não
exagerar, pois o consumo de bebidas durante a alimentação dilui os
ácidos digestivos e atrapalha a digestão, causando refluxo ou uma
sensação de queimação. Uma dica para quem já sofre de queimação é evitar
de deitar logo após a refeição, uma vez que quando a pessoa deita o
ácido pode voltar e causar desconforto. O ideal é esperar pelo menos uma
hora”, explica Dr. René Berindoague.
Campanha
Para este ano, a
Federação Brasileira de Gastroenterologia (FGB) adotou para o Dia
Mundial da Saúde Digestiva o tema: “Câncer de fígado: aja hoje e salve a
sua vida amanhã. Consciência, Prevenção e Tratamento”. De acordo com a
FGB, são diagnosticados anualmente mais de 500 mil novos casos,
acometendo mais o sexo masculino que o feminino. No Brasil, a incidência
é maior nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste.
O Câncer de Fígado
(carcinoma hepatocelular) é o quinto câncer mais comum e a terceira
causa de morte por câncer no mundo. Os fatores de risco para o
desenvolvimento desta doença incluem a infecção pelo vírus da hepatite B
(VHB) ou pelo vírus da hepatite C (VHC); doença hepática alcoólica
(cirrose) e doença hepática gordurosa não alcoólica (obesidade) e a
síndrome metabólica (diabetes tipo 2). Lembrando que a vacina para
Hepatite B faz parte do calendário nacional de imunização do Ministério
da Saúde e é disponibilizada para crianças menores de 1 ano e para
adultos de até 29 anos.
Foto: Rafael Tavares.
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