terça-feira, 3 de abril de 2012

Infertilidade


















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Causas da infertilidade: Reserva Ovariana


Marcelo Afonso Gonçalves - goncalves.ma@terra.com.br


Este é um tema controverso, mas fundamental para aquela paciente que quer engravidar principalmente após os 37 anos de idade ou para aquelas que apresentam irregularidade menstrual.

A mulher já nasce com um número pré-determinado (cerca de dois milhões) de óvulos e, com o tempo, os óvulos e os próprios ovários envelhecem. Aos 37 anos de idade este número se reduz para aproximadamente 25.000 óvulos. Estima-se que a chance de gravidez por mês é de aproximadamente 20% nas mulheres abaixo de 35 anos, mas de apenas 5% nas mulheres acima de 40 anos.

Por essas razões, quando a mulher que tem mais de 37 anos de idade deseja engravidar, e apesar de tentar, não consegue há mais de 06 meses, uma avaliação da chamada reserva ovariana é fundamental.

O principal fator de sucesso com tratamento com fertilização “in vitro” é a resposta ovariana frente à estimulação com hormônios e o desenvolvimento de vários folículos. Essa resposta reflete a função ovariana ou a reserva ovariana (“pool” de folículos primordiais).

Também a taxa de abortamento aumenta com a idade. Com menos de 30 anos a taxa de abortamento é de cerca de 4% chegando a 23,6 % quando a mulher tem mais de 40 anos de idade.

Para a avaliação da reserva ovariana (para saber se a mulher tem as funções de seus ovários conservadas) testes endócrinos são importantes.

A dosagem do FSH basal no 3º dia do ciclo menstrual pode nos predizer muitas coisas: FSH < 10 mIU/ml nos diz boas condições de conservação dos ovários, enquanto que FSH > 15 mIU/ml nos prediz condições ruins para os ovários.

Também a dosagem do E2 (estradiol) no 3° dia do ciclo menstrual com valores < 80 pg/ml nos predispõem a uma resposta ovariana satisfatória.

A dosagem da Inibina B, também no 3º dia do ciclo menstrual, > 45 pg/ml parece ter relação com boa resposta ovariana, embora muito ainda tenha que se provar sobre esse teste.

Já a dosagem do hormônio anti-mülleriano, que pode ser dosado em qualquer época do ciclo menstrual, parece ser bem promissor, principalmente quando encontramos valores < 4.

Sem dúvida, nenhuma a idade cronológica é fundamental para se pensar se existe ou não uma razoável resposta ovariana, principalmente após os 37 anos de idade, e estes exames hormonais mencionados podem colaborar em muito.


Marcelo Afonso Gonçalves

Doutor em Ciências pelo Departamento de Obstetrícia e Ginecologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo - USP, é coordenador do Serviço de Vídeo Histeroscopia do Femme Laboratório da Mulher, membro efetivo da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida - SBRA e sócio-diretor da Clinnique Serviços em Ginecologia e obstetrícia.


goncalves.ma@terra.com.br

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