Edição de julho do CSP disponível na internet
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Está disponível on-line a edição de julho da revista Cadernos de Saúde Pública.
Entre os temas abordados pela publicação, volume 29, nº 7, com a
participação de pesquisadores da ENSP, estão a avaliação da produção
científica; as desigualdades em saúde no Brasil e ainda um artigo sobre a
avaliação da qualidade de vida como um construto complexo, que além da
saúde, engloba aspectos sociais, culturais, ambientais e psicológicos.
No editorial, as autoras comentam a declaração intitulada Dora:San Francisco Declaration on Research Assessment,
assinada inicialmente por 155 cientistas e 78 instituições ligadas à
ciência. Confira todos os debates e discussões destes artigos citados e
muitos outros temas publicados nesta edição.Na seção ‘Perspectivas’, a pesquisadora da ENSP Dora Chor escreve sobre Desigualdades em saúde no Brasil: é preciso ter raça. A pesquisadora explica, em seu texto, que no Brasil o tema "raça e saúde" é algo controverso. Ela ressalta que já foi questionada, por profissionais e alunos, sobre os motivos pelos quais alguns pesquisadores brasileiros são contrários a estudos de saúde com recorte racial. “Nunca consegui responder a essa pergunta de forma direta. A discussão foi acalorada nos anos 2000, o tema foi apresentado em mesa redonda no VI Congresso Brasileiro de Epidemiologia (2004) e suas palestras publicadas em Cadernos de Saúde Pública em 2005”, afirmou. Para ela, as evidências disponíveis atualmente mostram que as desigualdades de saúde refletem as desigualdades mais abrangentes na sociedade. ‘Raça, posição socioeconômica e gênero influenciam a saúde dos brasileiros por meio de diferentes relações e com magnitudes diversas a depender da pergunta que se deseja responder’, encerra, desejando que este debate seja cada vez mais amplo na academia.
Já o artigo Validade dimensional do instrumento de qualidade de vida WHOQOL-BREF aplicado a trabalhadores de saúde, de autoria das pesquisadoras Yara Hahr Marques Hökerberg e Sonia Regina Lambert Passos (Ipec/Fiocruz) e Marcelle Maria Lobo Dinis Castro (ENSP/Fiocruz), teve como objetivo reavaliar a estrutura dimensional da versão brasileira do Instrumento de Avaliação de Qualidade de Vida da Organização Mundial da Saúde WHOQOL-BREF, consistência interna e validade fatorial convergente e discriminante. O estudo foi realizado com 386 trabalhadores de saúde. Segundo as autoras da pesquisa, a análise fatorial confirmatória testou a estrutura do WHOQOL-BREF e a sugerida pela análise fatorial exploratória.
‘Consistência interna foi aferida via confiabilidade composta; validade convergente e discriminante, pela variância média extraída e correlação entre fatores’, apontam as pesquisadoras. De acordo com as autoras, o modelo de melhor ajuste foi o sugerido pela análise fatorial exploratória com seis fatores: quatro propostos teoricamente (geral, psicológico, relações sociais e meio ambiente) e dois pela subdivisão do domínio físico. Os itens energia e segurança (respectivamente, do físico e meio ambiente) foram remanejados para o psicológico.
Os resultados da pesquisa apontaram que a confiabilidade composta foi boa (maior que 0,70), à exceção do fator geral. “A validade convergente e discriminante foram adequadas para relações sociais e físicas. Persistem controvérsias sobre a dimensionalidade do WHOQOL-BREF, particularmente sobre o domínio físico”, expôs o estudo.
Confira a íntegra do volume 29, nº 7, da Cadernos de Saúde Pública clicando aqui.
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