Edição de junho do CSP está disponível no Portal ENSP
Publicada emNo artigo Meta-análise de prevalência de inatividade física entre adolescentes brasileiros, os autores Evandro Silva Freire Coutinho (ENSP/Fiocruz), Laura Augusta Barufaldi, Gabriela de Azevedo Abreu e Katia Vergetti Bloch (todas do Instituto de Estudos em Saúde Coletiva da UFRJ) realizaram uma revisão sistemática e meta-análise para investigar a prevalência de inatividade física entre adolescentes no Brasil, identificando trabalhos publicados até agosto de 2010. Dos 1.496 artigos encontrados inicialmente, 37 foram considerados adequados para o estudo. As taxas de prevalência variaram de 2% a 80% para o gênero masculino e de 14% a 91% para o feminino. As menores taxas de prevalência foram encontradas na Região Sul, e as maiores nas Regiões Norte e Nordeste.
Em Utilização de medicamentos por idosos brasileiros, de acordo com a faixa etária: um inquérito postal, Anderson Lourenço da Silva e Francisco de Assis Acurcio, ambos da UFMG, Andréia Queiroz Ribeiro, da Universidade Federal de Viçosa, e Carlos Henrique Klein, da ENSP/Fiocruz, avaliam os fatores associados ao uso de medicamentos por idosos. Foram ouvidos 3 mil idosos, selecionados com base no cadastro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Entre os resultados do trabalho está a prevalência de uso de medicamentos de 83%, sendo de 87,3% no grupo de 70 anos ou mais, e de 78,8% no de idosos entre 60 e 69 anos. Aqueles com 70 anos ou mais usaram em média 4,4 medicamentos, e os mais jovens, 3,3. Os medicamentos mais utilizados eram para tratamento do sistema cardiovascular. Segundo os autores, “os resultados ampliam o conhecimento a respeito da utilização de medicamentos pelos idosos brasileiros, evidenciando a necessidade de aprimoramento da assistência farmacêutica voltada para esse subgrupo da população”.
Já Anne Karin Madureira da Mota, Adalberto Luiz Miranda Filho e Sergio Koifman, da ENSP/Fiocruz, em parceria com Valéria Saraceni, da SMSDC-RJ, são responsáveis pelo artigo Mortalidade materna e incidência de dengue na Região Sudeste do Brasil: estudo ecológico no período 2001-2005. O objetivo do estudo foi explorar a distribuição de efeitos reprodutivos em decorrência da infecção por dengue durante a gestação, no período de 2001 a 2005. Entre os resultados obtidos foi observada a presença de forte correlação positiva entre as medianas das taxas de incidência de dengue em mulheres de 15 a 39 anos e as medianas da taxas de mortalidade materna (r = 0,88; IC95%: 0,51; 1,00), com coeficiente de determinação R2 = 0,78. “A magnitude da correlação observada entre a incidência de dengue e a mortalidade materna na Região Sudeste é sugestiva de que a ocorrência da infecção durante a gravidez possa impactar negativamente a evolução desta, com repercussões para a mortalidade materna”, destacam.
Em Aspectos epidemiológicos da hanseníase: uma abordagem espacial, Mônica Duarte-Cunha (SMS de Duque de Caxias), Reinaldo Souza-Santos (ENSP/Fiocruz), Haroldo José de Matos (Uerj) e Maria Leide W. de Oliveira (UFRJ) buscam identificar o padrão espacial da ocorrência da hanseníase em Duque de Caxias, município de alta endemicidade da doença no Estado do Rio de Janeiro. Foram selecionados todos os casos novos de hanseníase registrados no banco do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), de 1998 a 2006. A análise mostrou melhora acentuada do quadro epidemiológico, com o diagnóstico mais precoce. Houve redução da proporção de casos com grau II de 13,6% para 8,6%. Verificou-se ainda um aumento da detecção de casos com forma indeterminada, de 10,3% para 18%. “A análise espacial identificou cluster na faixa sul-noroeste, não relacionado diretamente às ações de campanhas ou descentralização, mostrando ser uma ferramenta importante para identificação de áreas críticas da endemia e para avaliação do impacto das ações estratégias de combate à doença”, concluem os autores.
O quinto artigo com participação da Escola é Prevalência do exame preventivo de câncer do colo do útero em Rio Branco, Acre, Brasil, e fatores associados à não-realização do exame, de Maria Fernanda de Sousa Oliveira Borges, Leila Maria Geromel Dotto, Margarida de Aquino Cunha e Pascoal Torres Muniz, todos da Universidade Federal do Acre, em parceria com Rosalina Jorge Koifman, da ENSP/Fiocruz. O trabalho busca determinar a prevalência autorreferida do exame preventivo de câncer do colo uterino em Rio Branco (Acre) e avaliar fatores associados com a não-realização do exame. Foi realizado um estudo transversal de base populacional, composto por 772 mulheres de 18 a 69 anos residentes em Rio Branco, no período de 2007 a 2008. O percentual de mulheres na população alvo que relatou pelo menos um exame nos últimos três anos foi de 85,3%, com acentuada utilização do Sistema Único de Saúde (72,8%). Foram encontradas razões de prevalência estatisticamente significativas quanto à ausência do exame em mulheres de 18 a 24 anos, de 60 a 69 anos, solteiras, com menor renda e baixa escolaridade. “As magnitudes encontradas nas razões de prevalência foram consistentes com achados de outros estudos, apontando maior necessidade de intervenção no grupo de mulheres mais vulneráveis à incidência e mortalidade por câncer do colo do útero”, afirmam.
Confira a íntegra do volume 28, número 6, da revista Cadernos de Saúde Pública, clicando aqui.
CSP
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