Posted: 26 Jun 2012 02:28 AM PDT
Entidade defende que remédios podem fazer a diferença no tratamento
Cerca de 4 milhões de
brasileiros são portadores da Hepatite C, uma doença silenciosa e,
muitas vezes, mortal. E você sabia que alguns medicamentos que podem
ajudar a salvar vidas de pessoas que sofrem com a doença já foram
registrados na Anvisa há um ano, mas ainda não estão disponíveis no SUS?
É justamente esta inclusão que a ONG "C tem que saber C tem que curar"
quer viabilizar agora.
A Hepatite C, em números, afeta
praticamente sete vezes mais pessoas do que o HIV no Brasil (4 milhões
contra 600 mil, segundo a ONG). Outros tipos de hepatites têm vacina,
como a B, por exemplo, mas a C não tem. Luis Francisco Martucci, que
preside a ONG, conseguiu superar a doença no passado e agora tenta
facilitar o processo para outros portadores.
— Em julho de 2011, a Anvisa
registrou novos medicamentos para portadores de Hepatite C, os
inibidores de protease [IPs]. Só que eles ainda não estão incorporados
na portaria ministerial [que os contempla para tratamento no SUS].
A questão é que a Hepatite C,
que ataca o fígado, não manifesta sintomas e só vai "dar sinal" do
problema quando a pessoa já está extremamente afetada. Portanto, fazer
exames e detectar o problema é essencial para garantir a vida de uma
pessoa. Segundo o presidente da ONG, se detectada logo de cara, a chance
de uma hepatite dessas ser curada é de 69% a 74%, com a chamada terapia
tripla, com três medicamentos, incluindo os já mencionados "IP"s.
Luiz Francisco têm levado sua
ONG para realizar exames rápidos (com coleta de sangue) e ajudar nessa
prevenção. Tudo porque, segundo ele, se o quadro não mudar, 1 milhão de
brasileiros portadores da hepatite C devem ter cirrose: "A projeção
matemática é que 25% dos 4 milhões de portadores vão evoluir para
cirrose hepática".
E ele, depois de passar por
Índia e Hong Kong, vai agora para Bogotá no dia 13 de julho, falar em
mais um evento para divulgar a importância do combate e da detecção da
doença. Duas semanas depois, dia 28, é o dia mundial da luta contra a
Hepatite C.
Luiz Francisco conseguiu "um gás
extra" para sua iniciativa com ajuda da frente parlamentar
(multipartidária) das hepatites virais, que, segundo ele, foi quem se
dispôs a "abrir a porta".
O presidente da frente
parlamentar é o deputado Fernando Capez, que combate a violência das
torcidas organizadas e, agora, também a doença. Segundo ele, o papel dos
políticos é justamente "cobrar providências do poder executivo" para
que a ONG seja ainda mais eficiente.
— Apoiar o trabalho da ONG pode ser a diferença entre a vida e a morte para um portador da Hepatite C.
Hepatite C é coisa séria. Vários
jogadores da Copa de 70, da seleção brasileira que conquistou o
tricampeonato mundial, contraíram Hepatite C. Hoje, eles alertam para o
tratamento da doença.
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