Coca-Cola vendida no Brasil contém maior quantidade de substância cancerígena
Pesquisa sugere que as latinhas comercializadas no país têm 267 mcg (microgramas) de 4-metil imidazol por 355 ml de refrigerante
Estudo divulgado pelo Center for Science in the Public Interest (CSPI),
nos Estados Unidos, revela que o refrigerante Coca-Cola vendido no
Brasil contém a concentração mais alta da substância 4-metil imidazol
(4-MI), que, em altas quantidades, pode causar câncer.
Os resultados mostram que as latinhas comercializadas no país têm 267 mcg (microgramas) de 4-MI por 355 ml de refrigerante.
O
valor encontrado nas latinhas brasileiras está abaixo do limite da
Anvisa, mas é o mais alto entre os países analisados. O Quênia fica em
segundo lugar, com 177 mcg de 4-MI por 355 ml, seguido por Canadá (160
mcg), Emirados Árabes Unidos (155 mcg), México (147 mcg), Reino Unido
(145 mcg), Estados Unidos (Washington - 144 mcg), Japão (72 mcg) e China
(56 mcg).
A substância cancerígena se forma durante a produção industrial do corante caramelo.
A Coca-Cola começou a usar um corante caramelo menos tóxico no início
deste ano, depois que o Instituto fez o mesmo alerta para a substância
em latinhas de refrigerante encontradas no estado.
A
Food and Drug Administration EUA (FDA) restringe contaminantes
cancerígenos nos alimentos. Se o padrão do FDA fosse aplicado, uma lata
de Coca-Cola teria que ter menos de 3 mcg de 4-MI. A Coca-Cola
comercializada na Califórnia está prestes a satisfazer esse padrão, mas,
na maioria dos outros países, esses níveis são muito superiores.
"Felizmente,
as pessoas na China, Japão, Quênia e outros países bebem muito menos
refrigerantes do que nós, americanos, assim a exposição a este produto
químico perigoso é proporcionalmente menor. Mas agora que sabemos que é
possível eliminar quase totalmente esta substância cancerígena dos
refrigerantes, não há desculpa para a Coca-Cola e outras empresas não
fazerem isso em todo o mundo, e não apenas na Califórnia", afirma o
diretor-executivo do CSPI, Michael F. Jacobson.
A empresa se defende
A Coca-Cola Brasil esclarece
que o uso de corante caramelo IV em seus produtos observa rigorosamente
os critérios definidos internacionalmente pela Comissão do Codex
Alimentarius, e nacionalmente pela ANVISA. Assim, a quantidade de 4-MEI
ingerida pelo consumo de refrigerantes não é considerada significativa
ou indicativa de risco à saúde humana, segundo a agência brasileira, que
define que uma pessoa adulta teria que consumir diariamente 80 litros
de refrigerante que contenha corante caramelo IV para ultrapassar os
limites estabelecidos pelos comitês científicos internacionais.
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