Posted: 26 Jun 2012 01:13 PM PDT
Fabíola Ortiz
Do UOL, no Rio
Do UOL, no Rio
- Getty ImagesManter a prática de exercícios e evitar alimentos gordurosos são medidas que protegem o coração
O
número de infartos no inverno aumenta quase 30% em relação às outras
épocas do ano. Os dados são de uma pesquisa publicada pelo British Medical Journal, periódico científico inglês.
O
estudo concluiu que o aumento do risco de infarto em ambientes com
temperaturas mais baixas podem ser um indicador de aumentos na
mortalidade relacionados ao frio.
Segundo
disse ao UOL o cardiologista Stephan Lachtermacher, da unidade
cardiointensiva do Instituto Nacional de Cardiologia (INC), no Rio de
Janeiro, o risco é maior principalmente em pessoas mais velhas e com
doença na artéria coronária.
A
relação entre o frio e a incidência de infarto no período do inverno e
se apoia em três hipóteses: no inverno, aumentam os casos de inflamação
nos vasos, gripes e doenças respiratórias. Esse processo inflamatório
agrava a ateroesclerose, formação de placas de gordura na parede dos
vasos. Isso diminui o diâmetro do vaso, o que coloca em risco as
artérias.
A
segunda hipótese se baseia na vasoconstrição (que é a contração dos
vasos sanguíneos) para manter o equilíbrio térmico do corpo.
Uma
terceira hipótese é que, com o frio, o sangue pode ficar mais viscoso,
mais denso. “Por isso, é necessário ingerir mais líquido, até mais que
durante o verão. Para um adulto saudável, uma quantidade razoável
indicada é manter a ingestão de dois litros por dia”, disse
Lachtermacher.
Líquidos
Nas
cidades brasileiras mais frias, o cardiologista recomenda que as
pessoas mantenham-se mais agasalhadas e consumam bebidas mais quentes
como chá ou até um achocolatado.
Para
uma pessoa saudável, o cardiologista ainda recomenda beber diariamente
uma dose de taça de vinho tinto (120ml) que é benéfico para o coração,
“mas de forma moderada”, orienta.
Para
evitar o excesso de peso que não faz bem ao coração na estação mais
fria do ano, o ideal, segundo o nutricionista do INC, Marcelo Barros, é
substituir os alimentos muito calóricos por versões mais light.
Exercícios
“No
inverno, as pessoas tendem a comer mais e fazer menos exercícios
físicos”, admite Barros. No entanto, é importante manter prática de
atividade física para manter o corpo aquecido. A orientação é praticar
pelo menos 30 minutos de exercícios diários ou uma média de 150 minutos
por semana bem distribuídos, como três vezes de 50 minutos.
“É
a atividade física que vai manter o corpo aquecido e fazer com que a
pessoa tenha menos necessidade de comer para se esquentar”, afirma o
nutricionista. Logo depois de praticar exercícios físicos, o organismo
libera substâncias que garantem a saciedade por cerca de 40 minutos.
Alimentação
Como
nem todo mundo mantém a ingestão de saladas no inverno, a sopa quente é
uma boa pedida, salienta o especialista. Especialmente sopas de legumes
como berinjela, cenoura, abóbora e até sopa com aveia.
Contudo,
é preciso evitar sopas cremosas, que geralmente levam creme de leite.
Em média, uma sopa de legumes tem entre 200 e 250 calorias por porção;
já quando se acrescenta creme de leite, o valor calórico pode chegar a
400 calorias por prato.
“Uma
sopa de legumes vai bem com azeite de oliva extra virgem, que tem
antioxidante e diminui o processo inflamatório. O azeite tem a gordura
monossaturada que aumenta o HDL, o colesterol bom, e ajuda a controlar a
taxa de glicose no sangue”, sugere Barros.
Para
uma pessoa saudável, orienta-se ingerir uma colher de sopa de azeite
para cada refeição, almoço e jantar. Já para quem está acima do peso, a
recomendação é uma colher de sobremesa de azeite oliva no almoço e no
jantar.
Para
substituir o pão com manteiga no café da manhã, vale fazer uma
“bruschetta abrasileirada” com pão francês, azeite de oliva e orégano,
podendo-se acrescentar alguns cubinhos de tomate.
Nas massas, o problema é o molho. “Uma massa com molho de tomate ou al pesto com
manjericão é o recomendável, mas evite molho quatro queijos e molho
branco. O molho quatro queijos tem gordura saturada que aumenta três
vezes o colesterol ruim, o LDL, no sangue”, diz Barros. Um indivíduo
pode consumir no máximo até 7% de gordura saturada por dia.
“O
colesterol alto é silencioso e não tem sintomas. Metade das pessoas que
morrem de causa súbita do coração tem colesterol alto e não sabia",
adverte o especialista.
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