quarta-feira, 27 de junho de 2012

Cuidado com gestante

Gestantes com Síndrome dos Ovários Policísticos precisam praticar atividades físicas

Foto: Corbis Images

A Síndrome dos Ovários Policísticos costuma afetar entre 5% e 15% das mulheres em idade reprodutiva. Além da presença de pequenos cistos nos ovários, a doença pode ocasionar menstruação irregular ou inexistente, ganho de peso excessivo, queda de cabelo e aumento de pelos no rosto. Muitas vezes, as mulheres com a síndrome podem ficar impedidas de engravidar. Mas isso não acontece com todas.
De acordo com a chefe do serviço de Ginecologia do Grupo Hospitalar Conceição, ligado ao Ministério da Saúde, Luciana Campos, as pacientes com ovários policísticos podem produzir hormônios masculinos em excesso, o que pode interferir na ovulação. “Essas pacientes vão ovular raramente ou não vão ovular, porque essa síndrome apresenta um espectro de alterações muito amplo. Tem pacientes com poucas alterações e outras que apresentam todas as características ou quase todas elas. Elas têm níveis de gravidade diferentes. E é por isso que algumas pessoas podem engravidar e outras não”, explica.
Entretanto, mesmo as mulheres que têm maior dificuldade, podem engravidar por meio de tratamento, que inclui perda de peso, exercício físico e algumas medicações para induzir a ovulação. “Quando a mulher está muito obesa e o metabolismo está muito comprometido, ela vai ter muito mais dificuldade para engravidar. Então, sem o retorno a um peso mais saudável, sem a prática de exercício físico, sem alimentação mais saudável, pode ser quase impossível engravidar”, destaca Luciana.
É importante ressaltar que as grávidas com a Síndrome dos Ovários Policísticos precisam de monitoramento maior, já que têm mais chances de sofrer aborto espontâneo, ficar diabéticas, ou mesmo ter pré-eclâmpsia – condição em que a paciente passa a sofrer de hipertensão arterial e que, se não tratada, pode pôr em risco a vida da mãe e do bebê durante o parto.
“O mais importante para todas as mulheres que têm a síndrome é ter a consciência de que a prática de exercícios físicos vai melhorar o metabolismo da glicose e o aproveitamento da insulina. A atividade física induz uma série de alterações hormonais no organismo que vai fazer com que a insulina produzida seja melhor aproveitada. Uma vez que a insulina produzida seja melhor aproveitada, essa mulher pode evitar o diabetes gestacional, que ela tem o risco de ter. E é preciso fazer o pré-natal de maneira bem regular”, diz a médica. Os exercícios físicos podem diminuir o risco cardiovascular e o de câncer do endométrio, que essas pacientes apresentam.
Entenda a síndrome – Mais que uma patologia do período reprodutivo, a Síndrome dos Ovários Policísticos é uma doença metabólica que precisa de muito cuidado, porque pode desencadear em problemas cardiovasculares inadequados, como infarto, e levar a paciente ao óbito.
O diagnóstico pode ser realizado por um clínico-geral ou ginecologista em qualquer Unidade Básica de Saúde. “É importante que o diagnóstico seja feito precocemente porque o excesso de hormônios masculinos causa sofrimento e redução da autoestima, por causa do aumento de pêlos no rosto e queda de cabelo, por exemplo. E se essas pacientes não têm diagnóstico precoce, elas costumam desenvolver depressão, ansiedade, baixa autoestima. E toda essa fragilidade psicológica vai fazer com que seja mais difícil para essa mulher mudar hábitos de vida”, explica Luciana.
A síndrome não tem cura, mas pode ser tratada e controlada ao longo da vida por meio de medicamentos. “O mais simples é com pílula anticoncepcional, que para muitas pacientes com a versão mais branda da síndrome, é suficiente. Todo o tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde.
Mônica Plaza / Blog da Saúde

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