terça-feira, 18 de setembro de 2012

Diagnóstico precoce


Hospital do Coração desenvolve técnica para diagnóstico precoce de Alzheimer

Método localiza com maior precisão pontos de desenvolvimento da doença

Por Minha Vida

Médicos do Hospital do Coração (HCor) desenvolveram um método pioneiro no país para realizar diagnóstico precoce de Alzheimer. A técnica combina imagens obtidas por meio do PET/CT, uma tomografia e ressonância magnética das vias cerebrais, para localizar possíveis pontos de desenvolvimento da doença. "Com esse recurso poderemos identificar e desenvolver tratamento precoce ou prevenção para vários outros tipos de doenças cerebrais degenerativas, associadas ao envelhecimento", afirma o neurocirurgião Antônio De Salles, um dos líderes do estudo ao lado da neurocirurgiã Alessandra Gorgulho. 

HCor usa PET/CT para mapear Alzheimer
 
Atualmente, o Mal de Alzheimer atinge cerca de 25 milhões de pessoas em todo o mundo, sendo que um milhão estão no Brasil. Entretanto, quanto mais cedo é diagnosticada, mais chances os pacientes têm de conviverem bem com a doença. A partir de pesquisas feitas na Universidade da Califórnia (UCLA), onde os neurocirurgiões do HCor são docentes e operam pacientes com Alzheimer, os médicos conseguiram combinar imagens geradas por aparelhos de tomografia e ressonância magnética que possibilitam encontrar, com maior precisão, os locais no cérebro do paciente onde há maior concentração de células inativas, facilitando o diagnóstico precoce da doença.
O novo método é realizado em diferentes estágios. No primeiro, são analisadas as imagens geradas por tomografias isoladas e pelo aparelho de PET/CT, que consiste em uma combinação da imagem obtida pela tomografia computadorizada (CT) e a imagem funcional oferecida pela tomografia molecular por pósitrons (PET). Em seguida, são avaliadas as vias cerebrais e o grau de atrofias no cérebro utilizando a ressonância magnética. "Ao visualizar os exames, vemos diferentes áreas do cérebro e suas vias representadas por cores diferentes, dependendo da direção das fibras nervosa", explica o neurocirurgião Antônio. "Os locais com baixa absorção de glicose no córtex cerebral representam áreas com função deficiente e são vistos com menos intensidades que as áreas normais."
A partir desse indício, os especialistas intensificam as análises por meio do uso de comparação e adição de imagens, possibilitando o diagnóstico e tratamento antecipado da deficiência. 

Sinais do Alzheimer antes que ele se revele

Os exames são essenciais para determinar o diagnóstico precoce de Alzheimer. Mas o combate à doença começa um passo antes disso, com a prevenção. Um outro estudo, realizado por pesquisadores do San Francisco VA Medical Center, nos Estados Unidos, apontou os principais fatores de riscos para doença. Entre eles estão sedentarismo, abuso de álcool, depressão, tabagismo, diabetes, hipertensão na meia idade e obesidade. Entenda qual a relação deles como o Alzheimer.

Hipertensão

Num quadro de hipertensão arterial, a intensidade com que o sangue circula acaba causando lesões nos vasos, inclusive nos do cérebro. "Danificados, eles acabam levando menos sangue, oxigenação e nutrientes para o cérebro, que perde sua capacidade", afirma o psiquiatra Cássio Bottino, do Instituto de Psiquiatria da Faculdade de Medicina da USP. 

Tabagismo

"O cigarro acelera o processo de envelhecimento neurológico e a atrofia cerebral, o que agrava as chances de Alzheimer", afirma Yolanda Boechat. Além disso, as toxinas presentes no cigarro aumentam a morte de neurônios. 

Álcool

O consumo de mais de duas doses diárias de álcool aumenta em quase 10% as chances de distúrbios neurológicos. Fora isso, o alcoolismo pode levar à perda de tecido cerebral, afetando a memória recente. 

Sedentarismo

A atividade física é capaz de estimular a produção de endorfina, um hormônio antioxidante capaz de eliminar radicais livres e combater o envelhecimento das células cerebrais. "Os exercícios também contribuem com a irrigação sanguínea das células neuronais, melhorando o raciocínio", afirma a médica Yolanda. 

Depressão

A dificuldade de relacionamento causada pela depressão prejudica a memória e a capacidade de comunicação, inibindo o funcionamento de partes do cérebro. "Se não for tratada, a depressão pode levar à falência da área cerebral responsável pela memória", afirma o neurologista e geneticista David Schlesinger, do Hospital Albert Einstein. 

Síndrome metabólica

Essa doença é a associação de males como obesidade, hipertensão arterial, hiperglicemia, aumento dos níveis de triglicérides, diminuição dos níveis de colesterol "bom" HDL e aumento dos níveis de ácido úrico no sangue. "Todas as essas doenças provocam um maior acúmulo de gorduras no sangue, dificultando a circulação pelo corpo", diz a geriatra Yolanda Boechat, coordenadora do Centro de Referência em Atenção ao Idoso da UFF-RJ. "Com isso, há um aumento de lesões microcardiopáticas, assim como a atrofia cerebral, elevando as chances de perda de memória em até 40%."

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