terça-feira, 5 de junho de 2012

Atenção básica nas aldeias

MS melhora acesso e atenção à saúde nas aldeias

Publicada em
Reduzir a mortalidade infantil e materna na população indígena aldeada em todo o Brasil. Esse é o objetivo geral do plano de ação elaborado pelo Ministério da Saúde, em parceria com outros ministérios do governo federal, para reduzir a mortalidade materna e infantil indígena. O plano visa ampliar as ações de saúde indígena, com foco na atenção básica. No sábado (2/6), foi iniciada a primeira ação com atendimento em áreas de difícil acesso nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) Alto Rio Purus e Alto Rio Juruá, ambos no Acre. Em julho e agosto, a ação se expande para DSEIs de outros estados. O público-alvo são crianças de até 6 anos e mulheres de 10 a 49 anos.

Profissionais contratados pela Secretaria de Saúde Indígena para os DSEI realizarão consultas, procedimentos odontológicos, avaliação nutricional, exames pré-natal, visitas domiciliares, busca ativa de casos de tuberculose e malária, controle do crescimento e desenvolvimento, testes rápidos para HIV, Sífilis e Hepatites B e C, além da atualização do cartão vacinal.
 
Dessa forma, o Ministério da Saúde também quer regularizar e ampliar as ações de atenção à saúde nas aldeias; garantir medicamentos e insumos; aprimorar o sistema de informação em saúde, com ênfase no cadastro da população e no monitoramento das ações implementadas; capacitar as equipes multidisciplinares de saúde indígena; melhorar a estrutura das unidades de saúde e de saneamento e articular a organização das ações complementares da atenção básica e das referências para média e alta complexidades.

A operacionalização do plano está sendo possível porque, em um ano, o total de trabalhadores contratados passou de 8.795, em abril de 2011, para 12.701, em abril 2012, o que representa crescimento de 44%. A medida preencheu vagas em locais com carência de profissionais de saúde.

Distritos prioritários – Os 16 DSEIs selecionados para o Plano de Ação Imediata são: Yanomâmi (RR e AM), Mato Grosso do Sul (MS), Xavante (MT), Interior Sul (SP, PR, SC e RS), Tocantins (TO), Alto Rio Negro (AM), Maranhão (MA), Leste Roraima (RR), Alto Rio Solimões (AM), Alto Rio Juruá (AC), Alto Rio Purus (AC, AM, RO), Vale do Javari (AM), Altamira (PA), Kaiapó do Mato Grosso (MT), Médio Rio Purus (AM), Médio Rio Solimões e Afluentes (AM). Os demais 18 DSEIs também estão assegurando a entrada em área das suas equipes e farão parte do Plano de Reestruturação do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

De acordo com o secretário Especial de Saúde Indígena, Antônio Alves de Souza, os 16 DSEIs selecionados concentraram 70% do número absoluto de óbitos em crianças menores de um ano registrados em 2011. “Esses DSEIs apresentam maior risco de mortalidade infantil e concentram maior população indígena em extrema pobreza. Vamos fortalecer as ações para prevenir as mortes que, lamentavelmente, ainda ocorrem por causas evitáveis, como diarreia e desnutrição, garantir o pré-natal às gestantes e acompanhamento daquelas com gravidez de alto risco”, explicou.

Serão assegurados também transportes aéreo, fluvial e terrestre para o deslocamento das equipes e remoção de pacientes, aquisição de medicamentos e equipamentos médicos-hospitalares, além do incremento de profissionais para atuarem na assistência (médicos e enfermeiros) e no saneamento básico nas aldeias (engenheiros, geólogos, arquitetos e técnicos de saneamento).

Ação piloto: No sábado (2/6), foi iniciada uma ação piloto com atendimento em área, principalmente as de difícil acesso, nos Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI) Alto Rio Purus e Alto Rio Juruá. Para esta ação, as Equipes Multidisciplinares de Saúde Indígena, que já trabalham nos DSEIs, ganharam o reforço de 13 médicos e 1 enfermeiro, que permanecerão durante dez dias nas aldeias da região. Assim, serão ao todo 13 equipes multidisplinares completas envolvendo um total de 156 trabalhadores entre profissionais de saúde e militares. As equipes serão divididas para atuarem em 100 aldeias.

Cada equipe de saúde é composta de médico, enfermeiro, dentista, técnicos de enfermagem, auxiliares de saúde bucal, além dos Agentes Indígenas de Saúde (AIS) e dos Agentes Indígenas de Saneamento (Aisan). A estimativa é o atendimento de 3,5 mil indígenas nesta primeira ação. Os dois DSEI que receberão a iniciativa abrangem aproximadamente 22 mil indígenas que moram em 235 aldeias, e pertencem a 19 etnias. As escalas das equipes multidisciplinares, para entrada em área, de todos os 34 DSEIs serão divulgadas na página da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai) em atendimento à Lei de Acesso à Informação. A medida facilitará o monitoramento e a avaliação das escalas de trabalho mensal.

A ação nos DSEIs Alto Rio Purus e Alto Rio Juruá será repetida na primeira semana de julho e nos meses subsequentes. Em julho, inicia no DSEI Yanomâmi, Leste de Roraima, Altamira e Xavante. Em agosto, a ação será repetida nestes DSEIs e serão expandidas para os outros 10 DSEIs selecionados. O planejamento da ação prevê a integração de esforços e ações com diversos órgãos, como Ministério da Justiça/Funai, Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, com ações articuladas para distribuição de cestas de alimentação para as famílias previamente selecionadas, Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Defesa (Exército, Aeronáutica e Marinha), que garantirão transporte aéreo, terrestre, fluvial, segurança, alojamento e alimentação para as equipes de saúde. O governo do Acre também integra a Ação Piloto nos doisdDistritos deste estado.

Estratégia de atuação: O plano está focado em seis áreas de atuação: atenção à saúde, gestão de insumos e logística, recursos humanos, educação em saúde, saneamento ambiental nas aldeias e controle social. Serão priorizadas as ações que contemplem a ampliação de cobertura vacinal, promoção e incentivo ao aleitamento materno, vigilância nutricional e suplementação alimentar para o combate à desnutrição infantil, realização de pré-natais, testes rápidos para diagnóstico de HIV e Sífilis, identificação e monitoramento dos casos de gravidez de alto risco e articulação com a rede municipal e estadual de saúde para atendimento dos casos de média e alta complexidades.

Ainda em 2012, o plano prevê o início da reestruturação física dos estabelecimentos de saúde, como as Casas de Saúde Indígena (Casai). Os DSEIs que já possuem projetos terão prioridade. Para os que não têm, será contratado serviço de desenvolvimento de projetos para reforma/ampliação. Será realizado ainda um Censo de Edificações para as necessidades de reforma e construções de Polos Base e postos de saúde nas aldeias.

Fonte(s): Ministério da Saúde

Nenhum comentário:

Postar um comentário