Posted: 05 Jun 2012 06:46 AM PDT
Bastam apenas 15 minutos para que o seu organismo se beneficie com a soneca
Em casa, ele já reinava
absoluto. Nas empresas e escritórios, além de liberado tem virado febre
mundial. Se para alguns o cochilo (aqueles poucos minutos de sono) não
faz a menor diferença ou é sinônimo de preguiça, para a maioria é tão
valioso que revigora o corpo e fortalece a memória.
O fato foi recentemente
comprovado por pesquisadores da Universidade de Berkeley, na Califórnia
(EUA), após testes feitos com 39 jovens saudáveis. Os participantes
tinham que decorar cem nomes e rostos na hora do almoço. Em seguida, uma
parte deles era liberado para dormir.
Às 18h, o grupo voltava e
precisava decorar outros cem nomes e rostos. A conclusão do estudo foi
de que os 20 jovens que tiraram uma soneca apresentaram desempenho 10%
melhor na tarefa, o que apontou para um melhor funcionamento do cérebro
após a soneca.
Mas será que todo o organismo se
beneficia com o cochilo após a hora do almoço? O MinhaVida conversou
com os especialistas em sono, o pneumologista Denis Martinez, e o
neurologista Shigueo Yonekura, do Instituto de Medicina e Sono, que
mostram por que o cochilo faz bem para o corpo e para a mente
Almoço: horário nobre do cochilo
Ao
contrário do que muita gente pensa, o sono que bate logo depois do
almoço não é conseqüência da ação da alimentação no organismo e sim, um
instinto natural do nosso organismo, que reage assim quando nossas
reservas de energia caem.
"Fomos nos adaptando a correria
dos tempos modernos e deixando de cochilar na hora do almoço, mas a
sesta é tradicional em muitos países (principalmente nos países
europeus) até hoje, por ser uma necessidade biológica do ser humano já
que por volta deste horário, as reservas de ATP e glicogênio que nos dão
energia sofrem uma baixa", explica Denis Martinez. "Nestes casos, o
cochilo não indica nenhum tipo de distúrbio e não interfere na qualidade
de sono à noite", afirma.
Mas e o papel da comida nesta história então?
Ela
deixa nosso organismo um pouco mais lento já que o processo de digestão
requer certo gasto energético para se concretizar, porém, este gasto é
praticamente insignificante, o que explica a pouca relação da ingestão
de alimentos e o sono na hora do almoço: "juntando a baixa de energia
natural e biológica que sofremos na hora do almoço, com a pequena moleza
típica da digestão, ficamos mais sonolentos, mas o processo digestivo
interfere muito pouco na sonolência que sentimos", explica Denis
Martinez.
Noites mal dormidas x cochilos constantes
Se
por um lado o sono na hora do almoço é um processo natural e biológico,
por outro, sua recorrência em outros períodos do dia de forma intensa,
pode ser sinal de que você tem algum distúrbio do sono.
Em geral, pessoas que se sentem
sonolentas ao longo do dia ou não se sentem descansadas depois da
soneca, sofrem de insônia, apneia do sono ou algum distúrbio do sono, e
como não conseguem repor a energia de forma suficiente durante a noite e
até mesmo depois de um cochilo, continuam sonolentas.
"Quando isso acontece, o ideal é
procurar um especialista e identificar o distúrbio, para manter a
qualidade de seu sono e evitar o estado de soneca constante. Tem gente
que acha que o cochilo atrapalha o sono à noite e na verdade não é assim
que funciona. Muitas vezes, um simples e gostoso cochilo não atrapalha o
sono, mas é um indício de que ele já não vai bem", explica Denis.
30 minutos depois, você já está pronto para outra!
Se
já está comprovado que 15 minutos são suficientes para deixar nosso
corpo em ordem, a média de tempo que levamos para voltar ao estado
normal depois do cochilo ainda é bastante discutível:
"alguns especialistas acreditam
que apenas cinco minutos já são suficientes para a pessoa voltar a ativa
numa boa depois do cochilo, já outros, explicam que este tempo depende
da duração do cochilo. Se a pessoa cochilou mais de 20 minutos, deve
demorar cerca de uma hora e meia para voltar ao normal. Acredito que uma
média razoável são 30 minutos após a soneca", explica Denis.
Haja memória!
A
parte do cérebro que mais trabalha ao longo do dia é exatamente a que
está ligada a memória. Quando não dormimos bem, ela reflete o nosso
cansaço, e é por isso, que em geral, pessoas sonolentas não conseguem
focar sua atenção e muito menos se lembrar de algo.
O sono funciona para nós seres
humanos como um repositor de energia. Durante a noite, enquanto
dormimos, repomos nossas energias através da produção de ATP e
glicogênio, que abastecem nosso organismo para o dia seguinte: "se a
pessoa não dorme, se sente muito mais cansada e desatenta porque está
com suas reservas de glicogênio e ATP em baixa. Quando cochilamos por
cerca de 15 a 20 minutos, conseguimos ativar este mecanismo de forma a
repor parte das energias perdidas ou que não foram repostas durante a
noite", explica Denis.
Memória e concentração: além do
cansaço e da irritabilidade, a pessoa que sofre de insônia também
apresenta dificuldades de concentração e memorização de fatos recentes.
Para Shigueo Yonekura, isso
acontece porque interrompemos um processo natural de memorização e
aprendizado. "É durante o sono que gravamos o que aprendemos ao longo do
dia. Se o sono falha, a memória e a concentração ficam prejudicadas",
diz.
15 minutinhos que valem ouro
Se
você é do tipo que acha sinal de preguiça tirar uma sonequinha na hora
do almoço, preste atenção em alguns dos benefícios que ela traz a saúde:
-Fortalece a memória
-Diminui os riscos de ataques cardíacos
-Confere mais disposição e energia
- Aumenta a concentração, reduzindo acidente
- Aumenta a sua produtividade no trabalho
Consequências para a saúde de quem não dorme bem
-Obesidade:
"durante a noite produzimos a leptina, um inibidor natural de apetite.
Quando não dormimos, cai a produção deste hormônio e a pessoa fica mais
propensa a ganhar peso", explica Shigueo.
-Envelhecimento precoce e dificuldade de crescimento:
Shigueo explica que é também durante o sono que produzimos o GH,
hormônio do crescimento, responsável pelo crescimento do nosso corpo e
pela elasticidade da nossa pele.
-Baixa de testosterona:
outra consequência da insônia, para os homens, é a baixa da produção de
testosterona, diminuindo a libido. "É durante o sono que repomos muitos
de nossos hormônios, se dormimos mal, deixamos de produzi-los de
maneira natural", finaliza Shigueo.
Fonte Minha Vida
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