Fortes cólicas no período menstrual podem ser sinal de endometriose
As mulheres precisam ficar atentas à endometriose. A doença, que acomete cerca de 15% da população feminina em idade reprodutiva, ocorre quando a pele que recobre a camada interna do útero, chamada endométrio, está presente também fora dele, ou seja nos ovários, bexiga, intestino e outras áreas próximas. “Trata-se de uma doença que pode ocorrer em qualquer momento da fase fértil, da primeira até a última menstruação”, observa o gerente de internação do Hospital Fêmina, vinculado ao Ministério da Saúde, Sérgio Galbinski.
No entanto, a maioria das mulheres só descobre a doença na fase adulta, quando tenta engravidar e não consegue. Na investigação para descobrir os motivos, acaba descobrindo que tinha endometriose e conviveu com ela por muito tempo. “É importante a adolescente procurar o ginecologista se tiver cólicas fortes. Não deve achar que é uma dor normal do período menstrual. As dores costumam incomodar mais entre 17 e 34 anos, auge da endometriose”, explica.
O médico sugere o bloqueio da menstruação, feito por meio do anticoncepcional, como uma alternativa para evitar o progresso da doença e problemas futuros. “A endometriose não causa infertilidade, mas dificulta, pois os ovários são um dos locais mais frequentemente cometidos. Em muitos casos é preciso tratá-la antes para conseguir engravidar”, frisa. Há diversas teorias sobre as causas da endometriose. “A principal delas explica que ocorre um refluxo da menstruação. Ao invés de ir para o exterior do corpo, as células do endométrio caem dentro da barriga”, explica Galbinski.
De acordo com a publicação Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas, do Ministério da Saúde, o exame padrão para diagnóstico de endometriose é laparoscopia – procedimento exploratório por meio de pequenas cânulas de metal que são inseridas na cavidade abdominal. A escolha do tratamento dependerá da gravidade dos sintomas, da extensão e localização da doença, do desejo de engravidar e da idade da paciente. O tratamento pode ser medicamentoso, cirúrgico ou, ainda, a combinação de ambos. A maior parte dos estudos tratou as pacientes por um período de seis meses, com diminuição da dor em torno de três semanas.
Fonte: Ana Paula Ferraz / Agência Saúde
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