04/06/2012 | Pesquisas/Ciência | Internacional
Maconha sem efeito alucinógeno ajuda contra diabetes e artrite
Maconha sem efeito alucinógeno ajuda contra diabetes e artrite
Cientistas da Universidade
Hebraica de Jerusalém desenvolveram um tipo de maconha medicinal,
neutralizando a substância THC, que gera os efeitos cognitivos e
psicológicos conhecidos como "barato". De acordo com a professora Ruth
Gallily, especialista em imunologia da Universidade Hebraica de
Jerusalém, a segunda substância mais importante da cannabis - o
canabidiol (CBD) - tem propriedades "altamente benéficas e
significativas" para doentes que sofrem de diabetes, artrite reumatóide e
doença de Crohn.
Gallily, que estuda os efeitos
medicinais da cannabis há 15 anos, disse à BBC Brasil que o CBD que se
encontra na planta "não gera qualquer fenômeno psicológico ou
psiquiátrico e reprime reações inflamatórias, sendo muito útil para o
tratamento de doenças autoimunes". "Obtivemos resultados fantásticos nas
experiências que fizemos in vitro e com ratos, no laboratório da
Universidade Hebraica", afirmou a cientista, que é professora da
Faculdade de Medicina. De acordo com ela, após o tratamento com o CBD, o
índice de mortalidade em consequência de diabetes nos animais foi
reduzido em 60%, tanto em casos de diabetes tipo 1 como tipo 2.
"Para pacientes idosos que sofrem de
artrite reumatoide, o uso da cannabis pode ter efeitos maravilhosos e
melhorar muito a qualidade de vida", disse Gallily. "Constatamos em
nossas experiências que o CBD leva à diminuição significativa e muito
rápida do inchaço em consequência da artrite." A pesquisadora afirma que
remédios à base de CBD seriam muito mais baratos que os medicamentos
convencionais no tratamento dessas doenças.
A empresa Tikkun Olam obteve a
licença do Ministério da Saúde israelense para desenvolver a maconha
medicinal e cultiva diversas variedades da planta em estufas na
Galileia, no norte de Israel. Pacientes. De acordo com Zachi Klein,
diretor de pesquisa da Tikkun Olam, mais de 8.000 doentes em Israel já
são tratados com cannabis, a qual recebem com receitas médicas
autorizadas pelo Ministério da Saúde. De acordo com Klein, a empresa
pretende desenvolver um tipo de maconha com proporções diferentes de THC
e canabidiol, para poder ajudar a diversos tipos de pacientes.
"Há pacientes para os quais o THC é
muito benéfico, pois ajuda a melhorar o estado de espírito e abrir o
apetite", afirmou. Ele diz ainda que, em casos de doentes de câncer, a
cannabis em seu estado natural, com o THC, pode melhorar a qualidade de
vida, já que a substância provoca a fome conhecida como "larica",
incentivando os pacientes a se alimentarem.
Fonte: Terra
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