Posted: 29 Jun 2012 09:42 AM PDT
Doença bastante comum e potencialmente séria pode passar despercebida
O hipotireoidismo é o conjunto
de sintomas e sinais clínicos resultantes da secreção insuficiente dos
hormônios tireóideos para suprir as necessidades do organismo. Pode,
também, ser decorrente da falha da ação dos hormônios produzidos pela
glândula tireoide. A deficiência hormonal é potencialmente séria e,
frequentemente, pode passar despercebida. Em contrapartida, é de fácil
diagnóstico e tratamento.
Várias doenças podem provocar o
hipotireoidismo, contudo, a Tireoidite Crônica Autoimune - também
chamada de Tireoidite de Hashimoto - é a mais frequentemente responsável
pelo seu aparecimento. Ela ocorre mais comumente em áreas geográficas
onde a dieta é insuficiente em iodo, tais como o Brasil. Nesse tipo de
tireoidite são produzidas reações imunes contra as próprias estruturas
do corpo humano. Em outras palavras, o organismo passa a atacar e
destruir suas próprias células. Neste caso, as da glândula tireoide.
Há algumas condições que podem
predispor as pessoas a um maior risco de desenvolver hipotireodismo -
tais como o histórico familiar de Tireoidite de Hashimoto na família-,
quem foi submetido à radioterapia da região cervical ou à cirurgia do
pescoço, quem têm outras doenças autoimunes (lúpus, vitiligo, artrite
reumatoide etc.) e as mulheres no período pós-parto.
As manifestações clínicas do
hipotireoidismo são muitas, incluem vários aparelhos e sistemas
orgânicos e dependem da intensidade da carência de hormônios tireóideos.
O diagnóstico é baseado nas manifestações clínicas e nos testes
laboratoriais.
As principais manifestações clínicas do hipotireoidismo são:
•Aumento de peso
•Bradicardia (redução da frequência de batimentos cardíacos por minuto)
•Cabelos secos e frágeis
•Cãibra
•Cansaço
•Constipação intestinal
•Depressão
•Derrame pleural
•Diminuição da memória
•Dispneia (sensação de falta de ar)
•Alterações do ciclo e do fluxo menstrual
•Dor muscular
•Edema de face, especialmente das pálpebras
•Edema de mãos, pernas (que não deprime após a compressão) e pés
•Fraqueza
•Aumento do colesterol total e incremento do LDL colesterol
•Intolerância ao frio
•Mãos e pés frios
•Parestesias (formigamentos)
•Pele seca, delgada, pálida ou amarelada (excesso de caroteno - carotenose)
Fatores de risco e diagnóstico
É
claro que esses sintomas e sinas são comumente encontrados em pessoas
sem hipotireoidismo, uma vez que podem ser provocados por muitas razões.
Dessa maneira, tais manifestações clínicas têm maior probabilidade de
indicar hipotireoidismo quando estão combinadas e seu aparecimento é
recente.
Diante de uma suspeita clínica, a
dosagem sérica de tireotropina (o TSH, hormônio produzido pela hipófise
que tem a função de estimular a fabricação dos hormônios tireóideos) e
tetraiodotironina livre (T4 livre, um dos hormônios produzidos pela
tireoide) é, na maioria das vezes, suficiente para estabelecer o
diagnóstico do hipotireoidismo. As determinações das concentrações de
anticorpos antitireoideos no sangue (anticorpos produzidos pelo sistema
imune de um indivíduo contra substâncias de sua própria tireoide) são
importantes para estabelecer a causa da doença, que é mais comumente
associada à Tireoidite de Hashimoto.
Adultos com hipotireoidismo
sintomático têm, frequentemente, os níveis sanguíneos de TSH acima de 10
mU/L, associadas às de T4 total ou livre abaixo dos valores de
referência. Outros adultos apresentam hipotireoidismo menos intenso, com
os níveis sanguíneos de TSH, habitualmente, entre 5 mU/L e 10 mU/L, mas
as de T4 total e/ou livre encontram-se dentro dos valores de
referência. Tal condição nomeia-se hipotireoidismo subclínico.
Acompanhamento
Uma
vez estabelecido o diagnóstico de hipotireoidismo, é indicado o início
da terapia de reposição com hormônio tireóideo (levotiroxina). A
finalidade é normalizar as concentrações dos hormônios tireóideos e do
TSH.
Vale lembrar que o
acompanhamento constante dos pacientes com hipotireoidismo é muito
importante. Eles devem ser avaliados sistematicamente e não,
simplesmente, tomar a levotiroxina e esquecer completamente da tireoide.
Isso porque as doses necessárias de levotiroxina podem variar
periodicamente. Uma situação comum e, infelizmente, pior, é a
descontinuação do tratamento por parte de alguns pacientes. Além de
provocar sintomas e sinais de hipotireoidismo, isso também pode aumentar
o risco de doenças cardiovasculares, por exemplo.
É particularmente preocupante
quando as mulheres em idade fértil suspendem seu tratamento, pois, se
engravidarem, a falta de hormônio tireóideo pode levar a sérios
problemas de desenvolvimento do sistema nervoso do feto. Entretanto,
todos esses inconvenientes podem ser facilmente prevenidos quando se faz
um monitoramento adequado com um especialista.
Fonte Minha Vida
Nenhum comentário:
Postar um comentário