Uso de contraceptivos evita 272 mil mortes maternas por ano no mundo
Políticas para satisfazer a necessidade mundial por métodos anticoncepcionais poderiam reduzir as mortes maternas em mais 30%
O uso de anticoncepcionais impede mais de 272 mil mortes maternas a
cada ano. É o que revela estudo de pesquisadores da Johns Hopkins
University, nos Estados unidos.
A pesquisa, descrita na revista The Lancet,
estima que políticas para satisfazer a necessidade mundial por métodos
anticoncepcionais poderiam reduzir as mortes maternas em mais 30%.
"A
promoção do uso de contraceptivos é uma estratégia de prevenção
primária eficaz para redução da mortalidade materna nos países em
desenvolvimento. Nossos achados reforçam a necessidade de acelerar o
acesso à contracepção nos países em desenvolvimento, onde os ganhos de
prevenção da mortalidade materna poderiam ser maiores. A vacinação
previne a mortalidade infantil e a contracepção impede a mortalidade
materna", afirma o autor da pesquisa Saifuddin Ahmed.
Estima-se
um método contraceptivo eficaz para evitar cerca de 230 milhões de
nascimentos indesejados a cada ano. Em todo o mundo, cerca de 358 mil
mulheres e 3 milhões de bebês recém-nascidos morrem a cada ano por causa
de complicações relacionadas à gravidez e ao parto. Quase todas essas
mortes ocorrem nos países em desenvolvimento, onde 10 a 15% das
gestações terminam em morte materna devido a abortos inseguros.
Para
o trabalho, os pesquisadores usaram uma abordagem de modelagem
contrafactual para estimar os números de mortes maternas evitadas pelo
uso de métodos anticoncepcionais em 172 países.
Os
dados para a análise foram extraídos do banco de dados da Organização
Mundial da Saúde (OMS) para a estimativa de mortalidade em uma população
feminina com idade entre 15 a 49 anos.
Segundo
os autores, o uso mundial de contracepção evitou 272 mil mortes
maternas, ou 38 mortes em 100 mil mulheres que usam métodos
anticoncepcionais.
A
estimativa é equivalente a uma redução de 44% nas mortes maternas em
todo o mundo. O declínio das mortes para países individuais variaram de
7% a tão elevado quanto 61%.
Os
autores do estudo estimam que, na ausência de utilização de
contraceptivos, o número de mortes maternas seria de 1,8 vezes maior
para o período de estudo.
"Fertilidade
indesejada e a falta de anticoncepcionais ainda são altos em muitos
países em desenvolvimento, e as mulheres são repetidamente expostas a
complicações na gravidez com risco de vida que poderiam ser evitadas com
acesso a métodos contraceptivos eficazes. Este estudo demonstra como o
uso da contracepção é uma estratégia de prevenção substancial e efetiva
para redução da mortalidade materna, especialmente em países de baixa
renda", conclui a pesquisadora Amy Tsui.
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