Posted: 07 Aug 2013 04:57 PM PDT
Criadas para funcionar como um intermediário
entre os postos de saúde e os hospitais, as Unidades de Pronto
Atendimento (UPAs) construídas com recursos federais têm garantido
atendimento de qualidade à população. O Ministério da Saúde está
disponibilizando R$ 1,4 bilhão para obras de construção, reforma e
ampliação de 877 unidades e vai repassar até o próximo ano mais R$ 630
milhões para criação de 225 novas UPAs.
O município de Monteiro, na Paraíba, recebeu R$ 2,6 milhões do
Ministério da Saúde para construir uma UPA. O espaço conta, diariamente,
com uma equipe formada por um clínico geral, um pediatra, um assistente
social, três enfermeiros, um bioquímico e cinco técnicos de enfermagem.
O estabelecimento possui dois consultórios médicos e uma área de
observação com três leitos para pediatria, seis leitos para clínica
médica e dois leitos de atendimento de emergência. Também são oferecidos
exames de raios-X, eletrocardiograma e exames laboratoriais.
A prefeitura de Monteiro estima em 61 mil a quantidade total de pessoas
beneficiadas pela UPA – somados os mais de 30 mil habitantes do
município com os pacientes vindos das cidades paraibanas de Zabelê, São
Sebastião de Umbuzeiro, Camalaú, São João do Tigre, Prata e Ouro Velho.
Segundo a coordenação da unidade, o número de pacientes atendidos por
dia fica em torno de 140 durante a semana, e 180, no fim de semana.
A família do profissional autônomo Nelson Jekerson do Nascimento, 25
anos, faz parte dessa estatística. “Eu já fui atendido porque tive
pressão alta. Minha mãe passou mal também e a atenderam muito rápido.
Coisa de 10, 15 segundos, ela já estava sendo examinada”, conta
Nascimento. O autônomo lembra que, antes da inauguração da UPA, em 28
de junho de 2012, precisava se deslocar até o hospital de Monteiro ou se
dirigir a outro município, como Campina Grande. “Chegava gente de
muitas cidades nos hospitais e aí não tinha médico pra todo mundo”,
relata.
De acordo com Nascimento, na unidade de saúde do município onde vive o
atendimento é mais rápido e o encaminhamento para especialistas também.
“Uma vez eu precisei de cardiologista, porque estava com aceleramento no
coração. Fui atendido na UPA numa semana e na outra já me consultei com
o especialista no hospital”, diz.
Já no município de São Bernardo do Campo, que tem uma população 24 vezes
maior do que a de Monteiro, há nove Unidades de Pronto Atendimento
(UPAs). Todas possuem consultórios de clínica médica e pediatria,
laboratório de análises e salas de medicação e nebulização, além de
leitos de observação para adultos e crianças e uma “sala vermelha”,
dotada com equipamentos de UTI para a estabilização dos pacientes mais
graves.
As UPAs também estão preparadas para realizar pequenas suturas e
realizar exames radiológicos e eletrocardiogramas, possuem farmácias 24
horas para distribuição gratuita de medicamentos aos pacientes e contam
com uma base do SAMU 192 em período integral.
Das nove unidades, apenas uma foi construída em alvenaria. As outras
foram erguidas usando o sistema de construção modular, com painéis
isotérmicos, capazes de vedar com maior eficiência os ruídos externos e
manter estável a temperatura. É o caso da UPA Paulicéia/Taboão,
inaugurada em 11 de agosto de 2011 após um repasse de R$ 2 milhões do
Ministério da Saúde. Segundo o comerciante José Fernandes Pinheiro, 49
anos, essa unidade melhorou muito a vida dos moradores do bairro.
“Antes, se eu precisasse fazer raio-x ou alguns exames laboratoriais,
tinha que ir para o hospital ou pra outro bairro. Com a UPA, isso
mudou”, comemora.
Para ele, a maior vantagem de ter uma unidade de saúde perto de onde
mora é a possibilidade de usar melhor o tempo. “Ter que se deslocar até
outro lugar pra fazer um raio-x faz você perder cinco, seis horas. Na
UPA, a radiografia sai em seguida. O exame fica pronto em duas, três
horas. Essa transformação na saúde foi muito boa”.
De acordo com Pinheiro, há apenas duas situações que precisam de
melhoria. “Um problema é a falta de médicos, que faz com que os
pacientes se aglomerem e a gente espere mais tempo na fila para ser
atendido. O outro é que, às vezes, o médico da UPA te indica para uma
especialidade que é muito demorada. A reclamação geral quando converso
com as pessoas nas unidades de saúde é essa demora para se consultar com
um cardiologista, por exemplo.”
Para resolver essas questões, o Ministério da Saúde lançou o programa
Mais Médicos, que apresenta uma série de medidas para ampliar o número
destes profissionais em todo o país e aumentar a quantidade de
especialistas. Entre elas, a criação de mais de 12 mil novas vagas de
residência médica até 2017 – dessas, quatro mil serão abertas até 2015. A
área de cardiologia é um dos focos da ação. Mas o Ministério da Saúde
também vai incrementar o número de vagas de residência para outras
especialidades onde há carência de profissionais, como pediatria,
neurologia, anestesiologia, neurocirurgia, clínica médica e radiologia.
Fonte G1
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